[Cinema] Halloween em stop-motion e CG

By Adeselna Davies - 23:41



HAPPY HALLOWEEN!! Ah esperem isso é só para a semana… Hm é o que dá tentar controlar o tempo com o relógio biológico. Sooo, vamos lá ver primeiro tivemos o Nosferatu, depois passamos para os zombies e, como é óbvio, o próximo passo lógico é: cinema para crianças! HEEYYY calma aí… eu sou adulta… e gosto de ver filmes de animação… Porque é que são para os mais novos? Melhor ainda, será que os filmes de animação são mesmo para crianças? Bem, sim, dohh claro que são senão teriam PG13. Mas bem o que nos impede de adorarmos filmes de animação? That’s right: NADA! E por isso hoje vou falar de quatro filmes de animação perfeitos para o Halloween.

Hotel Transylvania


Infelizmente tive de saltar este filme nos cinemas por estar em português e apesar de tudo gosto do Adam Sandler como voice actor. I was right, o homem é tão lindo como Drácula que mete medo e ao mesmo tempo é TÃO fofo!





Bom, o filme em si está repleto de situações de humor e personagens com muita personalidade que complementam bem a plot principal. Basicamente a filha única do Drácula quer explorar o mundo, mas o pai quer protege-la depois de a mãe ter morrido. O Drácula é uma criatura super protectora e quando um humano com a cabeça no ar (não literalmente, I mean that would be funny too) entra no seu Hotel destinado só a criaturas paranormais para que tenham privacidade, ele faz o melhor que pode para tentar que o humano não seja descoberto e planeia livrar-se dele. Mas o moço é burro que nem uma porta e super distraído… ah e claro, conhece a filha do Drácula e os dois apaixonam-se!



O filme passa muito depressa de tal forma que nos embalamos na história das diversas personagens e na música. Todo o enredo é cheio de momentos carinhosos ou divertidos que nos ensinam a olhar para além das aparências e a adorar tudo o que é estranho. Embora possa dizer-se que esta versão do Drácula é mais fofinha, a verdade é que pega nem por ser um filme para crianças, mas sim porque ele é estranhamento humano, divertido, acolhedor e consegue mesmo assim ter momentos de terror. É o nosso pai mas em versão vampiresca e com essa fórmula não dá para errar.



Paranorman


Vi este filme porque o Nostalgia Critic fez uma lista dos top 11 novos clássicos do Halloween e este filme estava lá. Apesar de ter perdido o Hotel Transylvania por estar em português este foi ao contrário, passou-me completamente ao lado. Pelos vistos saiu em 2012 e nesse ano eu estava a fazer algo que claramente não envolvia seguir filmes no cinema…. Hm *vai ver os filmes que saíram no cinema em 2012*
The Hunger Games (2012) Django Unchained (2012) The Dark Knight Rises (2012) The Avengers (2012) The Amazing Spider-Man (2012) The Hobbit: An Unexpected Journey (2012) Prometheus (2012) Skyfall (2012)  Argo (2012) Wreck-It Ralph (2012) Dark Shadows (2012) Men in Black 3 (2012) Ted (2012) Brave (2012) Hotel Transylvania (2012) Anna Karenina (2012) American Reunion (2012) The Expendables 2 (2012) Frankenweenie (2012) Ice Age: Continental Drift (2012)

OK Retiro o que disse. 2012 foi o ano em que passei mais tempo no cinema! MY GOD já me tinha esquecido de metade destes filmes… Bom anyway, no meio de TANTO filme é normal um ter-me passado ao lado. 

Paranorman é um filme não tão fofinho quanto o Hotel transylvania mas é uma mistura de digital com stop-motion que normalmente se traduz como algo para you can’t go wrong with it… Olhem o Nightmare before Christmas, Coraline, The corpse bride… 
Mesmo assim, Paranorman retoma o tema do bullying e de como uma criança um pouco diferente sofre com isso, mas no fim acaba por ser o herói.
Norman é um miúdo que vê mortos que ficaram no limbo entre o mundo físico e o espiritual porque provavelmente têm assuntos para tratar. Por isso como podem ver é mais que motivo para ser gozado por todos.


(adoro esta cena, o Norman consegue apagar o que diz Freak, mas o Neil – ver gif de baixo – não consegue apagar o Fatty que tem no cacifo dele. Which is probably a metaphor. Enquanto o Norman não é um freak e consegue apagar rapidamente essa noção, o Neil é gordo e não consegue apagar quem é)



Afinal a sua habilidade de ver mortos é muito útil e o doido da cidade pede-lhe para ele evitar a maldição da bruxa. No final do dia tem de ir à campa dela e contar-lhe uma história ou os mortos erguer-se-ão do chão. Claro que Norman falha e o caos instala-se. Aqui começa os twists suaves do enredo que acrescentam uma moral. Porque até agora só temos personagens estereotipadas: a irmã que passa a vida ao telefone a fofocar, o bully que é pobre e não muito inteligente, a avó de Norman que morreu mas continua no mundo dos vivos em espírito, o miúdo gordo mas adorável, o irmão do miúdo gordo que está em forma mas que não é lá muito inteligente…
A partir deste momento todos começam a ter um papel activo no enredo sem ser o personagem para encher espaço. Talvez é isso que apela às pessoas. Parnorman foca-se em Norman, mas ao mesmo tempo que tudo revolve à volta dele, outras personagens servem para algo. No Hotel Transylvania nem por isso. E embora o hotel seja mais divertido, o Paranorman tem um foco mais virado para a aceitação social e para os erros que fazemos e nos arrependemos.
Chega a um ponto em que não tem muitas gargalhadas e o comic relief vira um bocado para o pai do Norman que desespera com o filho e as suas atitude bizarras. É engraçado como a mãe ou está ausente ou funciona como elemento harmonioso entre conflitos. O que nos remete ao filme seguinte: Coraline.

Coraline


O filme é a adaptação mais que fiel do livro do Neil Gaiman do mesmo nome e em stop-motion… Boy are we for a ride.
Ao contrário dos dois filmes que era fofinhos, Coraline não se preocupa com isso. É um filme de terror para crianças, so os senhores quando gravaram o filme mandaram muitos dedos do meio às criancinhas que sabiam que iam traumatizar.



Sempre considerei Coraline o Alice in Wonderland do terror (ver review do livro aqui), mas por algum motivo se o livro parece-nos desprovido de cenários, o mesmo não se passa com o filme que tem paisagens espectaculares. Aproveito para dizer que apesar das edições dos livro serem ilustradas há algo de terrível na construção das personagens. Em Paranorman as personagens são completamente desproporcionais, mas apesar de tudo parecem humanas. Coraline nem por isso. Há algo de Burton nas personagens, são magras… demasiado magras, os pescoços finos… Oh wait nevermind, o director é o Henry Selick! Oh well a influência de Tim Burton está explicada. Yup, agora entendo porque é que este filme funciona, Selick aprendeu com o mestre. O Burton, não o Gaiman.

Coraline representa a moral de Alice in Wonderland na perfeição, afinal ambos têm no fundo o mesmo início. Rapariga está aborrecida, rapariga descobre algo, rapariga vai em busca desse algo e descobre um mundo paralelo.



Enquanto no Alice in Wonderland, o mundo é estranho e não constitui ao início nenhuma ameaça; em Coraline esse mundo paralelo é visualmente assustador. E a moral a mesma: be careful with what you wish for. Coraline quer a atenção dos pais e quer ser diferente. Alice quer fugir da sua rotina chata e decide criar a sua Wonderland onde as flores “would sit and talk to me for hours when I’m lonely”. Ambas as personagens têm o que desejam, a sua escapatória. Alice tem de fugir da Rainha de copas que quer cortar-lhe a cabeça, ao mesmo tempo que Coraline tem de arrancar os olhos e coser botões para fazer parte da nova família. I mean… pedir a uma miúda de 11 anos para arrancar os olhos… what the hell? Mas sim, nobody gives a damn se isto e um filme para crianças porque o objectivo é mesmo meter medo. 




Coraline foi o filme mais bem recebido dos três a nível da crítica, talvez porque foi mais audacioso nas escolhas que fez, em que literalmente faz criancinhas dizer: tenho medo ou não gosto deste filme! Ao passo que os outros dois eram mais queridos e tentaram fazer humor para as crianças aguentarem-se. Pode não ter uma moral tão forte quanto o Paranorman ou piadas e expressões faciais tão fixes quanto o Hotel Transylvania, mas como filme é dos poucos de animação que concordo com o Nostalgia critic quando fala de Clássicos. Clássicos resistem ao tempo e não colocando piadas nenhumas e criando um paralelo com um clássico da literatura infantil deu para criar algo intemporal. As crianças de todas as gerações vão ver a Coraline e ficar com medo e pensar que um dia tinham de arrancar olhos. É giro pensar que num mundo onde tudo é quase proibido às crianças por ser demasiado ofensivo à vista dos adultos ou demasiado violento, Coraline consegue um equilíbrio perfeito entre cenários elegantes, cores vibrantes e terror e desespero.

Bem gente, fica aqui o post desta semana de filmes, agora vou ler um ARC que tenho de fazer review ainda hoje!

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