Uma História Por Contar
de Monica Ali
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 296
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722524698
Sinopse
Quando a princesa Diana
morreu em Paris, tinha trinta e sete anos. Se tivesse sobrevivido, faria
cinquenta anos no dia 1 de julho de 2011. Quem seria ela agora se estivesse
viva? O que faria? E onde? Monica Ali, uma das escritoras mais versáteis e
ousadas do nosso tempo, imaginou um destino diferente para Diana no seu novo
livro.
Uma década após o
acidente de Paris, uma mulher britânica chamada Lydia vive numa pequena vila
norte-americana. Tem um círculo de amigas: uma tem uma loja de vestidos, outra
é agente imobiliária, outra é uma mãe doméstica. Lydia é voluntária num abrigo
de animais e gosta de nadar. O namorado, que a adora, sente que ela não se dá a
conhecer. Quem é ela?
Uma História por Contar fala dos custos da fama, do sentido da identidade e da possibilidade (ou
impossibilidade) de se reinventar uma vida. A princesa ficcional de Monica Ali
é bonita, intrépida e engenhosa e conseguiu para si própria uma paz frágil. Mas
depois o passado ameaça destruir a sua nova vida.
Opinião:
Ler este livro fez-me
recordar a altura em que lia as revistas como a Nova Gente ou a Lux, cada vez
que saía uma notícia acerca da princesa Diana. Somos por natureza um pouco
«cuscas» no que diz respeito a estas vidas glamorosas, apesar do reverso da medalha
ser tão angustiante que na minha opinião, não trocaria a minha vida e o meu
precioso anonimato por nenhuma coroa, tiara ou conta recheada!
A protagonista deste
romance, Lydia, é o reverso da medalha de Diana. No livro, tanto Diana como Lydia
são descritas de forma totalmente diferentes apesar de serem ambas a mesma
pessoa.
Ao longo do livro, Diana
é caraterizada como uma pessoa frágil, manipuladora, depressiva e dependente,
dependente de seus amantes, bem como da relação com a comunicação social; esta
tornou-se numa relação de amor-ódio, existindo a necessidade compulsiva de
protagonismo mas também uma tentativa constante para se afastar dos flashes dos
paparazzos.
A história de Diana vai
mais além do acidente em Paris, no qual neste romance a princesa sobrevive mas
vive aterrorizada com o fato de algo ou alguém ter o intuito de a matar. É nesse
sentido que, com a ajuda de um seu amigo/empregado, planeia a sua morte de
forma a poder renascer, qual Fénix, mas para poder finalmente viver a vida que
sempre desejou (ou não), longe das luzes da ribalta, longe do controle da Casa
Real!
Após o desaparecimento/morte
de Diana, surge aos poucos, Lydia. A personalidade de Lydia vai-se moldando ao
longo dos anos e no decorrer do livro podemos ver que esta foi crescendo e
adaptando-se à sua nova vida. Lydia é uma mulher independente, trabalhadora e bastante
recatada. Acima de tudo Lydia deseja proteger a sua privacidade de todos os que
a rodeiam, vivnedo angustiada com o seu afastamento dos filhos.
Durante a leitura,
dei-me conta que nenhuma das amigas e namorado de Lydia, desconfiam da sua
verdadeira identidade. A vida de Lydia poderia decorrer na monotonia que somos
confrontados ao início do livro, não parasse por Kensington (vila onde Lydia
reside, irónico não?), um antigo foto-jornalista que conhecia Diana desde os
seus tempos de noivado com o príncipe Carlos. Apesar da cirurgia plástica que
foi submetida, Lydia continua com os belíssimos olhos azuis de Diana. Aqui o
destino torna-se irónico, tal como diz o ditado; os olhos são o espelho da alma, acabam por ser esses mesmos olhos, a
trair Lydia!
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