Autor: Esteban Martin
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 319
Editor: Saída de Emergência
Sinopse:
Barcelona, finais do
séc. XIX. Um dos maiores génios artísticos de todos os tempos é revelado ao
mundo: Picasso. Desde criança que o seu talento irrequieto é avassalador.
Picasso é um jovem rebelde que cedo vê os seus estudos académicos serem
prejudicados pela sua irreverência. Depois de se apaixonar loucamente por uma
mulher, ela abandona-o sem deixar rasto. Ela era a sua musa, a sua inspiração,
a primeira mulher que amou verdadeiramente na vida. De coração partido, Picasso
começa a procurar consolo na vida boémia e nos bordéis da rua Avignon. Mas tudo
se complica quando alguém parece seguir os seus passos, deixando entre as
prostitutas um rasto de mortes violentas que apontam Picasso como o principal
suspeito. Uma por uma, as estranhas mortes vão-se tornando cada vez mais
violentas e assemelham-se em tudo às que 10 anos antes assombraram as ruas de
Londres.
Opinião:
Imaginem uma história em que se cruzam personagens como Pablo Picasso,
Jack, o Estripador e as pessoas que, supostamente, deram origem às histórias de
Sherlock Holmes. Intrigados? Pois, eu também fiquei.
Quem me conhece, sabe que tenho um certo fascínio por serial killers,
mas de todos eles, Jack, o Estripador é absolutamente o meu preferido. Sim, o
que ele fez foi horrível, mas a forma como escapou e gozou com as autoridades
provoca-me uma enorme vontade de o “admirar”. Saber que ele seria uma das
personagens deste livro foi o grande impulso para o comprar, embora considere
Picasso um autêntico génio.
Na minha opinião, este livro é genial. Sem pormenores exagerados,
Esteban Martin leva-nos a conhecer uma Barcelona cheia de bares, prostíbulos e
vida boémia. Nela encontramos o jovem Pablo Picasso, um rapaz com aspirações a
pintor, que se envolve nas mais variadas situações. Historicamente, o livro
está bastante correcto, e isso despoletou-me o interesse em ler mais sobre o
pintor. A referência constante ao quadro “Las
Mademoiselles d’Avignon” intrigou-me, e quando vi o quadro (admito que não
tinha perfeita noção de como ele era) compreendi como estava perfeita a forma
como este foi inserido na trama.
O livro centra-se na busca do assassino de várias prostitutas, cujas
mortes foram assinadas por Jack, o Estripador. São então exploradas teorias
sobre a identidade de Jack. Teorias reais. Mais um ponto positivo no belo
trabalho de investigação, já que nenhuma ponta foi deixada solta. O mais
fantástico é a forma como estas duas personagens, Picasso e Jack, o Estripador,
se conseguem conjugar e construir uma história com sentido.
Esteban Martin aproveitou-se de várias situações: os capítulos são
pequenos, permitindo pausar a qualquer momento; as descrições são as
suficientes apenas para se perceber os locais e as situações; as personagens
são reais, mas envoltas em mistério; a época da história é fascinante. Criou
assim, como já disse, uma história genial, que me colou do início ao fim, e me
impeliu a fazer as minhas próprias investigações. Um autor a que certamente vou
estar atenta no futuro.
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