Review Mangá | The Promised Neverland 1

By Vera Carregueira - 09:43



Título: Yakusoku no Neverland ou The Promised Neverland
Género: Acção, Thriller, Fantasia, Drama

A Arte


O traço em geral é bastante bom, não sendo muito complexo, dá para perceber a atmosfera pela forma como é feito o desenho dos rostos. Em certas cenas na maneira como são feitos alguns detalhes, incluindo os gradientes, percebe-se a textura, como por exemplo, nas mãos, e as emoções nos rostos bem como a atmosfera estão muito bem representados. A perspectiva, a anatomia e os cenários são bons o que se traduz numa arte bastante interessante.

A Capa

Em relação à capa, temos a Emma no centro visto que ela é a protagonista apesar de ter dois coadjuvantes bastante fortes, é a ela que são dadas as cores mais vivas e a posição mais destacada, mesmo estando tudo colorido os olhos recaem sempre sobre Emma primeiro o que é bastante importante neste tipo de mangá. Também a técnica de colorir (o facto de ser circular) está muito boa, a perspectiva em si está a chamar a atenção primeiro para Emma depois para Ray e Norman e finalmente para as restantes crianças, passando posteriormente para o orfanato, as escadas e o fundo. Depois o verso mesmo sendo um rectângulo pequeno, observamos um traço diferente, sendo irregular e pouco limpo, um pouco mais rudimentar, como um rascunho, pelo menos as linhas, já as cores são mais escuras mas também são mais neutras. Podemos observar um sapato perdido, as crianças a fugirem da floresta, o próprio orfanato estando a ser visto pelas traseiras aparenta ser mais sombrio, portanto foi uma boa escolha para comunicar elementos da história sem dizer nada em específico, existe porém uma conexão entre a capa e a contracapa.

O Enredo

Estamos perante uma distopia com algumas cenas de terror, a acção passa-se em 2045 num orfanato, Emma a protagonista tem 11 anos, é a mai velha da casa e é ela que juntamente com os seus parceiros, Ray e Norman, da mesma idade que ela, que irão descobrir a verdade acerca do sítio onde vivem. Iremos acompanhar o dia a dia das crianças, conheceremos várias delas assim como a mãe adoptiva, todos os dias as crianças fazem testes psicotécnicos sem qualquer orientação, não têm aulas e todos os dias depois de finalizarem os testes podem brincar à vontade no jardim e na floresta que circunda a casa, não podendo porém passar os portões ou saltar o muro. Quando uma das crianças é adoptada, Emma e Norman acabam por fazer uma terrível descoberta acerta do orfanato e do destino das crianças. Emma é uma personagem com a qual se cria facilmente empatia, a forma como protege as restantes crianças e como luta por elas faz com que Emma se destaque facilmente. Norman mostra-se claramente protector da irmã adoptiva e percebemos isso num diálogo entre ele e Ray e depressa a união dos três se torna crucial para todos.

Review


Estava super interessada neste mangá desde que o vi pela primeira vez e assim que me chegou às mãos tive de o ler. Em menos de uma hora já o tinha lido mas demorei um pouco a conseguir assimilar a história.


Já tinha uma ideia do que me esperava, tinha conversado com a minha irmã acerca deste mangá e estávamos as duas bastante curiosas, mas não esperava ficar de tal forma agarrada que o li de uma assentada. O argumento está bastante bem construído, as personagens são apresentadas de forma a conseguirmos focar-nos no fundamental e a arte não nos deixa distrair dos diálogos complementando-se de forma a que consigamos assimilar tudo o que está a acontecer. Existe sempre a ideia de movimento, a informação vai sendo entregue de modo consistente o que vai-nos prendendo à leitura.

Temos três crianças de 11 anos, extremamente inteligente e cada um com uma característica específica. Emma é também atleticamente excelente apesar de ser ultrapassada por Norman cuja mente estratega é bastante racional e por fim Ray, cuja sede de conhecimento o leva a ler todos os livros existentes no orfanato e assim ter uma boa noção do mundo que existia há 30 anos. As 3 crianças completam-se e é através delas que vamos vivendo as emoções através das páginas.

Consegue-se perceber uma crítica social forte relacionada com a criação animal para consumo humano, a forma como os animais são criados, presos num local, alimentados e cuidados para mais tarde serem consumidos está patente em todas as páginas deste livro, levantando a questão e se fossemos nós a servir de alimento. O facto de serem crianças levanta também a questão do consumo de animais antes do seu total desenvolvimento.

Para não fazer spoilers inadvertidamente, deverei concluir dizendo que estamos perante uma excelente história, completamente viciante e que aguardo impacientemente o segundo volume.

Vera Carregueira


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