Transplante, de Robin Cook [Opinião]

By Cle - 23:58


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Sinopse:

Pia Grazdani é uma excepcional estudante de Medicina, embora um pouco altiva. Ela tem a honra de trabalhar em estreita colaboração com um cientista do Centro Médico da Universidade de Columbia, cuja pesquisa inovadora poderá revolucionar a prestação de cuidados de saúde, ao conseguir criar órgãos de substituição para os pacientes em estado crítico.
Ao colaborar com um brilhante geneticista molecular, o Dr. Tobias Rothman, Pia sabe que terá a oportunidade de realizar a sua maior ambição, a de poder participar em descobertas médicas que poderão ajudar milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, espera conseguir encontrar alguma paz de espírito e, de uma vez por todas, afastar as memórias da sua infância difícil e dos abusos que sofreu.
Mas quando a tragédia se abate sobre o laboratório, Pia, com a ajuda do seu enamorado colega George Wilson, terá de investigar uma calamidade nunca antes vista no laboratório de biossegurança do hospital… supostamente seguro.
Entretanto, dois jovens génios com experiência em Wall Street acreditam ter descoberto mais um foco de atracção na indústria multimilionária dos seguros de saúde da nação. Eles tentam, a todo o custo, encontrar formas de controlar os dados actuariais e creditar as apólices dos idosos e dos doentes, preparando-se assim para matar…
À medida que George e Pia investigam os acontecimentos no laboratório, uma questão permanece sem resposta: estará alguém a tentar manipular informação privada dos seguros para que os investidores beneficiem com a morte de inocentes?




Robin Cook foi o autor que me fez regressar às origens... às origens da leitura após um interregno de praticamente 5 anos em que a leitura, deixou de fazer sentido...

O primeiro romance que li deste autor foi Intenção Criminosa, comprado numa livraria no então o maior Centro Comercial de Lisboa – Amoreiras Shopping, provavelmente estaríamos no ano de 1992! Após esse primeiro romance li todos os que já estavam editados de rajada, graças à minha mãe que sempre contribuiu nesta minha «fome» pela leitura. No decorrer dos anos, sempre que um livro novo era editado, chegava à loja de meus pais o recado da livraria do Bombarral que «havia mais um livro do autor da Cláudia...» quando chegava à sexta-feira à noite, após uma viagem cansativa Benfica-Cacém-Bombarral, encontrava mais um livro em cima da minha cama, bem ao meio, de forma a ser impossível não o ver mal entrasse no meu quarto! Obrigada mãe, por todos estes miminhos!

Provavelmente não é este o tipo de texto que se espera de uma opinião, no entanto Robin Cook trás-me recordações muito intensas, dos dias passados pela big city, na altura do curso de Psicologia e das noites em que desligava a luz perto das 5h da manhã, depois de uma maratona a ler mais um livro deste autor... foi o autor que mais vezes me fez baldar à primeiras aulas da manhã, sem sombra de dúvida.

O início da leitura deste livro foi sentido com um certo frio na espinha, o último livro que lera do autor, não chegara nem a um terço, foi uma desilusão tal que nunca mais peguei noutro, estou a falar da Esfinge. Há pouco tempo apercebi-me que este livro tinha sido um dos primeiros a ser editado, na década de 1970, não sei se isso teve alguma influência.

Ao contrário de Esfinge, Transplante suga-nos a mente ao ponto de não nos darmos conta do ambiente que nos rodeia. Mais uma vez Robin Cook fez um exaustivo trabalho de investigação acerca do trabalho de investigação realizado com as células estaminais, indo mais além no que diz respeito à criação de orgãos de substituição, seguradoras, máfia albanesa, russa, uma montanha russa de informação que nos leva por vezes, a recuar uma página para uma leitura mais detalhada. Surpreendente e revigorante, para além dos habituais policiais, este é o autor mestre no thriler médico. Adorei o reencontro de Laurie Montgomery e de Jack Stapleton, um casal já protagonista de outros romances do autor, bem como a personagem de Lou Soldano, embora tivesse apreciado um pouco mais de ação por parte desta três personagens

O início do livro, apesar de toda a informação que recebemos, é «cozinhado» em lume brando no entanto, a partir de um terço deste, a sua leitura é compulsiva e alucinante. O final, bem, a meu ver e com base nos vários romances já lidos, estava à espera de um pouco mais, um pouco mais rebuscado e maquiavélico, no entanto, aconselho com altas expetativas a todos os amantes de um bom thriller médico. Pelo que pude constatar na página do autor, a protagonista deste romance, Pia Grazdani irá aparecer novamente num próximo romance. Acredito que a personagem sofra uma evolução ao nível social e afetivo, uma vez ser bastante reservada e com alguma inadaptação no que diz respeito às suas competências emocionais. Espero sinceramente que num próximo livro, Pia seja também arrebatada sob a forma de um escaldante romance de forma a curar as feridas mais antigas, de corpo e mente.

Espero ter deixado o leitor com água na boca e se ler o livro em questão, comente por favor!!!

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