Como estamos em contagem decrescente para o Natal e de todo o consumismo que tanto me irrita resolvi partilhar convosco o meu artigo de opinião que vai sair amanhã em mais uma edição do Jornal de Santo Thyrso, publicação centenária do concelho de Santo Tirso. Para que juntos possamos reflectir....
A poucos dias da entrada em mais uma quadra festiva fico
cada vez mais alarmada com uma realidade triste e dura: porque será que só,
agora, as pessoas se lembram de abrir os seus corações em prol daqueles que
mais necessitam de aconchego e, por vezes, uma simples palavra de conforto?
Onde anda o verdadeiro espírito de Natal durante os restantes dias do ano? São
estas duas questões para as quais ainda não encontrei resposta porque ainda sou
daquelas que se mantém fiel ao lema de que o Natal é sempre que um homem
quiser. Claro que, desta vez, e dada a grave crise financeira do país o
consumismo tão próprio desta época (e com o qual discordo em absoluto) já não é
tão gritante mas continua a haver muita boa gente que só nesta época se lembra
do próximo. Como estão equivocadas…Já dizia o famoso escritor Charles Dickens
de que “o Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A
única época que conheço, no calendário do ano, em que homens e mulheres parecem,
de comum acordo, abrir livremente seus corações”. Mas não devia ser assim.
Porque só agora decidem abrir os seus corações quando estes deviam estar
abertos nos restantes dias. O espírito de união, de entreajuda, de
solidariedade deveria continuar enraizado em cada um de nós independentemente
da época em que nos encontramos. Para dar um exemplo, a TVI fez há dias uma
festa no Casino do Estoril com toda a pompa e circunstância em ajuda à Missão
Sorriso. Até aí tudo bem. Pior é que aquilo mais parecia um desfile de vaidades
e, depois, os apresentadores de serviço iam-se congratulando com o dinheiro
arrecadado através das chamadas telefónicas. Sim, era o simples português,
cidadão anónimo, que foi contribuindo para esta causa e perante tantas vedetas
presentes naquela ampla sala de espectáculos, decorada a rigor e onde era
servido tudo do bom e do melhor, porque é que esses artistas tão conhecidos da
nossa praça não deram o exemplo ajudando a angariar, do seu próprio bolso, uma
verba para esta iniciativa? Enfim…é a sociedade que temos que, como o povo tão
sabiamente diz, só se lembra de Santa Bárbara quando troveja! Para mim o Natal
é todos os dias. Quando se estende a mão a alguém que necessita, quando se
contribui para um sorriso de uma criança, quando ouvimos um amigo que passa por
obstáculos na vida, quando simplesmente dizemos a quem gosta de nós e nos trata
bem que estamos lá para o que der e vir. Isso sim é o verdadeiro Natal, aquele
que Jesus tenta incutir em cada coração!
Susana Cardoso
Saudações literárias
1 comentários
Selinho para ti
ResponderEliminarhttp://www.lerviverler.blogspot.pt/2012/12/campanha-de-incentivo-leitura.html
bj