Os Adivinhos, de Libba Bray [Opinião]

By Vera Carregueira - 15:24

Sinopse:

Evie O`Neill foi exilada da sua monótona e pacata cidade natal e enviada para as agitadas ruas de Nova Iorque - e fica radiante! Nova Iorque é a cidade dos bares clandestinos, das compras e dos cinemas! Pouco depois, Evie começa a andar com as glamorosas «Ziegfield Girls» e com atraentes carteiristas. O único problema é que Evie tem de viver com o seu tio Will, curador do Museu Americano de Folclore, Superstição e Ocultismo - também conhecido como «O Museu dos Arrepios», homem com uma pouso saudável obsessão pelo oculto. Evie receia que ele descubra o seu segredo mais sombrio: um poder sobrenatural que até ao momento só lhe causou problemas. Porém, quando a polícia encontra uma rapariga morta que tem um estranho símbolo gravado na testa e Will é chamado ao local, Evie percebe que o seu dom pode ajudar a apanhar o assassino em série. Quando Evie mergulha de cabeça numa dança com um assassino, outras histórias se desenrolam na cidade que nunca dorme. Um jovem chamado Memphis é apanhado entre dois mundos. Uma corista chamada Theta anda a fugir do seu passado. Um estudante chamado Jericho esconde um segredo chocante. E sem que ninguém saiba, algo sombrio e maligno despertou.


Este livro foi uma das maiores surpresas do ano, confesso que nem sabia bem o que esperar mas de certeza não foi o que encontrei.


Quase todos os personagens com dons têm 17 anos e vamos descobrindo-os ao longo do livro, porém quem mais de destaca é Evie uma jovem que com a sua vida boémia e lingua solta se mete em sarilhos na sua terra natal, no Ohio e é enviada para jubilo (secreto) seu para junto do seu tio que vive em Nova Iorque. Apaixonada pela beleza e glamour da cidade, vestidos da moda e saídas nocturnas é lá que se encontra com a sua amiga de longa data Mabel Rose, as duas travam amizade com Theta Knight uma corista talentosa e juntas exploram a todos os cantos de Nova Iorque.

Entretanto assassinatos macabros começam a ter lugar por toda a cidade e Will Fitzgerald, tio de Evie e dono do Museu dos Arrepios, é chamado a ajudar a policia por estes terem contornos ocultos. A jovem decide que quer ajuda e coloca o seu dom, de ler objectos através do toque, em uso para descobrir mais sobre o mal que se abateu sobre a cidade. Tio e sobrinha junto com Jericho, o empregado do museu empreendem uma investigação paralela à da policia que os deixa aterrorizados. Apesar de conseguirmos ver as perspectivas das várias personagens é sobre Evie que recai o foco da narrativa, colocando-a e ao seu dom no centro dos acontecimentos.

Um livro onde nem tudo é o que parece, as surpresas despontam em todos os cantos e somos sugados para dentro da história que nos agarra e nos envolve de uma forma completamente avassaladora. Libba Bray consegue descrever tão perfeitamente a época que sentimo-nos transportados para aqueles loucos anos 20 que estão soberbamente retratados, desde os trajes, as diversões nocturnas, as manifestações e reuniões do proletariado e ainda as questões do racismo. Os Adivinhos transporta-nos para uma altura em que imperava a Lei Seca e os speakeasies proliferavam como forma de contornar a proibição do consumo de alcool, com bares de coristas exuberantes, cinemas onde os filmes mudos faziam um sucesso estrondoso e as apostas ilegais pululavam por toda a cidade.Somos completamente arrastados para uma trama de tal forma complexa que não conseguimos largar este livro. Confesso que tem partes verdadeiramente assustadoras, principalmente as que narram os acontecimentos que envolvem John Perverso e que me deixaram a olhar por cima do ombro. Para finalizar a autora deixou perto do final um toque de mestre aparecendo uma nesga de steampunk o que me leva a questionar se irá aprofundar mais este tema no próximo volume desta série.

Um livro simplesmente fantástico que recomendo aos amantes do género que irão de certeza delirar.

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