UMA HISTÓRIA FANTÁSTICA QUE ENCHE O CORAÇÃO.
O Peter e o Pax são tão inseparáveis como só os melhores amigos podem ser. Desde que o Peter resgatou o pequeno raposinho, os dois tornaram-se parte um do outro, vivendo grandes aventuras e partilhando momentos inesquecíveis.
Mas o inimaginável acontece: o pai do Peter parte para a frente de combate, o rapaz tem de ir viver com o avô e, contra a vontade do Peter, o Pax é «libertado» na floresta. Entretanto, o Pax, firmemente à espera do Peter, embarca em emocionantes aventuras e descobertas acerca dele próprio na companhia de novos amigos, como a Bristle e o Runt.
Uma narrativa maravilhosa e mágica sobre as verdades essenciais que nos definem. Num segundo parte-nos o coração e, no segundo seguinte, é capaz de o reconstruir de forma admirável!
A premissa da história é simples, Peter é um jovem de 12 anos cujo pai, que está de partida para a guerra, o obriga a libertar na natureza o seu raposo Pax que o acompanha há 5 anos, desde que o encontrou ainda uma cria. Porém nem Peter nem Pax lidam bem com esta separação à força e lançam-se numa corrida pelo reencontro.
Este livro fez-me lembrar O Principezinho porque a autora escreveu uma história para crianças e jovens que toca o coração de adultos como muitos livros ("de adulto") não o fazem. Durante a leitura dei por mim muitas vezes a pensar na beleza genial das lições que vamos lendo. Estamos perante a descoberta do Eu, tanto Peter como Pax irão partir numa demanda que culminará em revelações sobre a individualidade de cada um deles.
Temos como fundo um cenário de guerra que irá moldar as personagens à medida que a acção avança, principalmente Pax que irá passar por situações bastante traumáticas para um animal que deveria ser selvagem mas que está domesticado. Porém não temos qualquer menção a qual guerra se trata por isso apesar de percebermos que estamos algures no passado apenas podemos especular sobre a época retratada.
Também Peter encontra na sua jornada uma figura muito curiosa, Vola é uma mulher fantástica marcada pelo passado e pelas acções que teve de tomar, porém juntos irão ajudar-se mutuamente de uma forma peculiar mas extraordinária. De qualquer maneira e apesar do amadurecimento visível do rapaz ao longo da narrativa é a raposa que mais mudanças irá sofrer.
A história é contada por um narrador omnipresente e os capítulos alternados entre Peter e Pax sendo os mesmos assinalados com a imagem de cada um no início dos mesmo. Ao longo do livro temos belíssimas ilustrações a preto e branco, atrevo-me a dizer que possivelmente a carvão que retratam algumas das situações e que dão uma dinâmica diferente ao livro.
O final não é só emocionante como é uma lição para a vida, o facto de que o amor que sentimos por alguém não precisa de amarras porém e apesar de um fim bastante realista temos um corte abrupto na narrativa o que nos deixa um pouco desolados. Esperava um final um pouco mais desenvolvido para tentar perceber o caminho seguido por todas as personagens depois de tudo o que viveram, talvez um epílogo com algum informação extra.
Comovente ou emocionante são apenas alguns dos adjectivos com os quais poderíamos classificar este livro mas é muito mais, é surpreendente, é arrebatador e absolutamente maravilhoso. Aconselho a todos os pais e a todas as crianças a partir dos 9/10 anos sem reservas irão adorar de certeza.
Este exemplar foi gentilmente cedido pela Booksmile em troca de uma opinião honesta
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