Sinopse:
«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.
Um livro que, pela sinopse, me chamou logo a atenção. Um livro que muito tem a ver comigo, por também eu gostar de costuras. Um livro que, embora com muitas descrições, não se torna nada maçudo.
Sira, filha de uma costureira, e também ela aprendiz, vive em Espanha com a mãe. Nunca conheceu o pai e não tem mais irmãos. Têm uma vida humilde, mas entre as duas vão sobrevivendo, com o pouco que têm.
Estando a correr os anos 20 do sec XX, e não tendo grandes estudos, Sira, vê-se a braços desde muito cedo a aprender a costurar no atelier da D. Manuela para ajudar às despesas da casa. Um mundo onde ela entra em contacto com as senhoras chiques da época e ao qual ela sonha aceder um dia. Encontra em Ignacio um namorado e futuro marido. Mas quando Ignacio resolve que ela deverá aprender a escrever à máquina para se tornar funcionária pública, a roda muda de direcção e o futuro que ela tinha destinado para eles depressa se desmorona.
Nunca ela sonhou que ao entrar na loja de máquinas de escrever para comprar uma onde aprender, o seu mundo iria ficar virado do avesso. É lá que conhece Ramiro. Um sedutor que lhe promete este mundo e o outro, ao contrário do humilde Ignacio. Sira, depressa rompe o noivado com ele e lança-se numa paixão louca com Ramiro. Quando este lhe começa a apresentar negócios, investimentos e a convida para ir com ele para Marrocos, ela nem hesita. Larga a mãe, a casa e a vida que tinha e parte com ele para um país desconhecido. E se nos primeiros tempos lhe parece tudo um mar de rosas, depressa isso muda. Um dia Sira acorda sem Ramiro a seu lado. Ele fugiu, levou-lhe o dinheiro e as jóias e deixou-a com contas para pagar. Vê-se assim a braços com a justiça e é obrigada a voltar a costurar para pagar o que deve.
É quando abre um atelier com a ajuda de Candelária, uma amiga que a acolheu quando sai do hospital depois de ter abortado, que ela começa a conhecer as mulheres de altos comissários espanhóis, ingleses e alemães, na altura em que se estavam a viver os primeiros tempos antes da 2ª grande guerra.
Sem saber muito bem como, ela dá por si a espiar conversas e a passa-las aos aliados.
Passado ao longo de vários anos, desde o fim dos anos 20 até ao pós-guerra, a autora vai-nos dando a conhecer uma história incrível de uma mulher de coragem e lutadora que passou por muito para conquistar a posição que alcançou. Viveu sempre na corda bamba, com medo de ser apanhada e presa. No entanto nunca desistiu. Conheceu pessoas influentes, frequentou festas da alta sociedade sempre demonstrando uma confiança que não tinha. Conseguiu pagar a dívida que Ramiro lhe deixou, e ainda voltou a Madrid onde abriu um novo atelier.
Um livro que nos agarra desde a primeira páginas pela simplicidade com que está escrito. Tendo muitas descrições, estas não se tornam maçudas e ficamos a conhecer um pouco mais dos bastidores da 2ª Grande Guerra.
Sem dúvida um livro que me vai deixar marcada. No entanto não posso deixar de fazer uma pequena alusão ao fim que deixa em aberto os destinos de todas as personagens que conhecemos ao longo do livro. Na minha opinião, a autora deveria de nos ter dado um pouco mais sobre o desfecho deles, mesmo sendo, como ela própria diz, "personagens ficticias".
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