Sinopse
"Onze anos atrás, a 17 de
Outubro, na pequena cidade de Livingston, Nova Jérsia, o meu irmão Ken Klein,
então com vinte e quatro anos, violou brutalmente e estrangulou a nossa vizinha
Julie Miller. Na cave dela." Esta é, pelo menos, a versão oficial da
Polícia, mas nem Will, irmão de Ken, nem os seus pais jamais duvidaram da
inocência de Ken, apesar das evidências junto ao local do crime. Onze anos
passaram e nunca mais se soube do paradeiro de Ken. Estaria ele vivo ou morto?
Will sempre preferiu acreditar na segunda hipótese, até ao dia em que a sua
mãe, no leito da morte, lhe revela que Ken está, afinal, vivo. Um thriller intenso.
Opinião por Carla Geraldes
Ora bem… como começar. Primeiro…
Harlan Coben, nunca tinha lido nada dele. Não sabia o que me esperava. Só sabia
que era policial e eu gosto de policiais. Muito. Mas nada me preparou para o
primeiro impacto deste livro.
Tudo começa num funeral. A
narrativa é feita por Will, filho da senhora que foi a enterrar. Director da
Covenant House, que acolhe prostitutas, drogados, mães solteiras e que lhes dá
todo o apoio para se endireitarem de novo, vive para ajudar estas pessoas
“desfavorecidas”. Vive com Sheila, que também ela foi “acolhida” por ele.
Ainda no seu leito de morte, a
mãe diz a Will que o irmão dele está vivo, mas não tem oportunidade de lhe
contar mais nada. Quando no dia seguinte, Will começa a arrumar o quarto da
mãe, descobre uma fotografia escondida do irmão. Afinal, ele está mesmo vivo e
a mãe não estava a delirar quando lho disse. Ken, é este o nome do filho "desaparecido"
tinha sido acusado de homicídio 11 anos
antes, de uma ex namorada de Will, mas conseguiu fugir, e desde ai nunca mais
ninguém soube nada dele. Dado como fugitivo pelo FBI, e morto pela família é
um choque enorme quando Will descobre que afinal, estes anos todos, o irmão
nunca deu noticias.
O que acontece a partir daqui é
uma montanha russa de acontecimentos. Will, descobre que a sua namorada, a quem
estava a pensar propor casamento, é acusada de homicídio de 2 pessoas. E quando
ela desaparece misteriosamente ele não sabe o que pensar. É interrogado pelo
FBI mas ele pouco sabe acrescentar sobre isso. Será o próprio do FBI a dar-lhe
a noticia que ela apareceu morta, espancada violentamente. Em poucos dias,
Will, perde a mãe, descobre que o irmão está vivo e assassinam-lhe a namorada
cujo passado ele desconhecia por completo. Quando dá por si, está a ser preso e
acusado da morte da ex-namorada de infância, e de Sheila, a mais recente
namorada. Claro que, a partir daqui, o objectivo de vida é descobrir todo as mentiras e
emaranhados de intrigas e mortes que o rodeiam e quem é que faz questão de o
incriminar a ele e ao irmão. Mas não vai ser nada fácil. Existem personagens
obscuras, mafiosos, cujo objectivo de vida é matar quem lhes fez mal. Ficamos a
conhecer “amigos” que viviam todos na mesma rua, que estudaram juntos e que
levaram rumos completamente distintos, e que agora, que descobriram que Ken
está vivo, querem vingança.
Os capítulos são mínimos, por
vezes só de 3 ou 4 paginas, em que se nos é apresentado mais uma personagem, ou
desenvolvida mais uma história. Histórias que em tudo se interligam de maneiras
que nunca imaginamos. Quando pensamos que já nada nos surpreende, eis que nos
surge mais um acontecimento bizarro. Esta é daquelas histórias que, quando
pensamos que tudo está revelado, acontece uma reviravolta e afinal “nem tudo o
que parece é”
Muito ao estilo “O padrinho”, é uma leitura que se faz
com facilidade, atendendo ao ritmo alucinante a que tudo se passa. É
fascinante, envolvente e com tantas surpresas como poucos livros me conseguiram
dar.
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