Cinema | O Profeta | Opinião

By Mafi - 18:30



Foi há quase uma semana que estreou mais uma edição do MONSTRA,  que irá contar com mais de 500 filmes em cartaz entre eles algumas novidades.

Um dessas novidades foi a ante-estreia de "O Profeta" que, convite da organização, o Crónicas de um Leitora marcou presença. 


O filme baseado no livro de 1923 do escritor líbanês Khalil Gibran, conta a história de Almitra, uma menina de 8 anos, que não fala com ninguém depois da morte do pai, e de Mustafa, um prisoneiro político em domicílio. A animação que estreou no festival conta a relação entre estes dois amigos tão improváveis. 

"O Profeta" é realizado por Roger Allers, o famosos realizador de mítico "O Rei Leão" juntamente com nove outros realizadores, onde cada um assina um segmento dentro do filme.  Aliás, cada uma destas mini-animações, apresentam-se ao espectador lado a lado com a doutrina falada por Mustafá, que no dia em que trava amizade com Almitra, também é o dia em que descobre que vai ser libertado e poderá voltar ao seu país de origem. É durante este caminho até á sua liberdade que Mustafá vem espalhando os seus ideais e poemas aos habitantes da vila. 

Talvez o único desapontamento é ter assistido á versão portuguesa e não a original, Compreendo o motivo e mesmo com a minha aversão a dobragens portuguesas, posso dizer que a equipa responsável pela dobragem em português fez um bom trabalho, embora do original, só tenha visto e ouvido o trailer, É engraçado que este filme tenha o cunho do realizador do "O Rei Leão", pois eu não sabendo desse facto aquando do visionamento, foi logo o primeiro pensamento que tive quando as primeiras imagens de "O Profeta" se abriram no ecrã do cinema de S. Jorge. O filme transpira aquela animação dos anos 90, dos filmes que se tornaram clássicos da Disney e foi até com alguma nostalgia que vi "O Profeta". 
 Embora seja um filme de animação, o que não quer dizer que seja só para crianças, "O Profeta" acaba por tocar em assuntos mais sérios e adultos.  É daqueles filmes que acaba por não ter um público-alvo certo, retratando temas mais adultos, como o casamento, o trabalho, a vida em si mas também no direito à liberdade de expressão, que aqui é retratada pelas autoridades que promovem a censura da sabedoria de Mustafá.

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