quarta-feira, 9 de março de 2016

Cinema | O Profeta | Opinião



Foi há quase uma semana que estreou mais uma edição do MONSTRA,  que irá contar com mais de 500 filmes em cartaz entre eles algumas novidades.

Um dessas novidades foi a ante-estreia de "O Profeta" que, convite da organização, o Crónicas de um Leitora marcou presença. 


O filme baseado no livro de 1923 do escritor líbanês Khalil Gibran, conta a história de Almitra, uma menina de 8 anos, que não fala com ninguém depois da morte do pai, e de Mustafa, um prisoneiro político em domicílio. A animação que estreou no festival conta a relação entre estes dois amigos tão improváveis. 

"O Profeta" é realizado por Roger Allers, o famosos realizador de mítico "O Rei Leão" juntamente com nove outros realizadores, onde cada um assina um segmento dentro do filme.  Aliás, cada uma destas mini-animações, apresentam-se ao espectador lado a lado com a doutrina falada por Mustafá, que no dia em que trava amizade com Almitra, também é o dia em que descobre que vai ser libertado e poderá voltar ao seu país de origem. É durante este caminho até á sua liberdade que Mustafá vem espalhando os seus ideais e poemas aos habitantes da vila. 

Talvez o único desapontamento é ter assistido á versão portuguesa e não a original, Compreendo o motivo e mesmo com a minha aversão a dobragens portuguesas, posso dizer que a equipa responsável pela dobragem em português fez um bom trabalho, embora do original, só tenha visto e ouvido o trailer, É engraçado que este filme tenha o cunho do realizador do "O Rei Leão", pois eu não sabendo desse facto aquando do visionamento, foi logo o primeiro pensamento que tive quando as primeiras imagens de "O Profeta" se abriram no ecrã do cinema de S. Jorge. O filme transpira aquela animação dos anos 90, dos filmes que se tornaram clássicos da Disney e foi até com alguma nostalgia que vi "O Profeta". 
 Embora seja um filme de animação, o que não quer dizer que seja só para crianças, "O Profeta" acaba por tocar em assuntos mais sérios e adultos.  É daqueles filmes que acaba por não ter um público-alvo certo, retratando temas mais adultos, como o casamento, o trabalho, a vida em si mas também no direito à liberdade de expressão, que aqui é retratada pelas autoridades que promovem a censura da sabedoria de Mustafá.

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