Quando D. João tece a união da sua única filha, Mariana de Albuquerque,
com o seu melhor amigo - um inglês que investiga o potencial comercial
do vinho do Porto -, não prevê a espiral de desenganos e provações que
causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel Turner vive
atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se não
bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a tomar o
Porto e, a partir daí, todo o país.No seu retiro nos socalcos do Douro,
Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado
francês, um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à
porta em busca de asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e
Gustave está logo ali, com os seus ideais de igualdade e o seu afeto
inabalável, disposto a mostrar-lhe que a vida é bem mais do que um leque
de obrigações.
1809. Num Portugal invadido só o amor poderá unir o que os homens
dividem.
A Filha do Barão de Célia Correia Loureiro é o primeiro livro da iniciativa Livros RTP (que por sinal se manterá no ano de 2015) e é também o primeiro livro que leio da autora. Terminei este livro há uma semana e ainda estou abismada com a espectacularidade desta obra à qual dei as merecidas 5 estrelas no goodreads e mais daria se as houvesse.
Há tanto mas tanto para falar sobre este livro e sobre a autora mas irei conter-me para evitar spoilers. A Célia é uma jovem porém tem dentro de si uma sabedoria, um dom com as palavras, uma paixão pela escrita que está imprensa em cada página e que nos transmite uma variedade enorme de sentimentos durante a leitura. Está bem patente também um exaustivo trabalho de pesquisa, a qualidade dos detalhes históricos é de uma riqueza extraordinária e posso assegurar que este livro é melhor e mais excitante que qualquer aula de história.
O Portugal do inicio do sec. XIX foi das coisas mais deliciosas de se ler, as nossas gentes tão autênticas, o povo tão caracteristico, serventes a reclamar com os patrões (a sério que hilariante afinal ainda somos assim, não nos calamos), o calor humano. As descrições das nossas terras, Lisboa, Porto, o Douro e as terras em redor onde os Turner se estabelecem, das viagens que na época duravam tanto tempo que hoje nos é inconcebível e a sociedade, ainda uma monarquia por mais 100 anos, com extratos sociais mais acentuados. Mas o mais impressionante é o tema da guerra, das conquistas napoleónicas, no facto de (me parecer) que Portugal pensa estar numa redoma até ser invadido, a fuga da familia real que deslocou-se para o Brasil deixando o país ao abandono. Batalhas que vão-nos cortar a respiração e o coração mas que são cruciais para a História e para a estória.
A Filha do Barão apresenta-nos personagens espectacularmente imperfeitos, cometem tantos erros, dão tantos tiros nos próprios pés e ainda assim apaixonam-nos pela sua capacidade de perdão, redenção e amor. Há alturas que nos enfurecemos com os disparates despropositados, sem sentido que nos dá vontade de (literalmente) gritar mas é isso que os humaniza, que os torna mais reais, menos fantasiosos que as personagens de outros livros que nos fazem "sonhar" mas que sabemos que são verdadeiras utopias, aqui temos "pessoas" reais, com problemas reais. Estou absolutamente fã de Daniel, Mariana, Isabel, até da baronesa (criatura surpreendente que conquistou o meu respeito) e do jovem Zé. Nuna foi para mim a personagem mais querida, a "avó" amiga, confidente, conselheira de todas as horas.
A narrativa não é tão fluída como por vezes poderiamos querer mas ainda assim consegue prender-nos de uma forma visceral às páginas do livro, a escrita da Célia é complexa, intricada, por vezes floreada, absolutamente deliciosa e viciante. A trama intensa, as intrigas, as mentiras, os ditos e mexericos, o ódio e o amor, ingredientes bem patentes numa obra espectacular e cujo final me deixou completa e absolutamente maravilhada.
Teria muito mais para dizer, poderia ficar a falar sobre este livro durante horas e não me cansaria, porém e não querendo maçar os nossos leitores espero que esta pequena mostra da espectacularidade da obra vos faça ir à livraria mais próxima adquiri-la.
Teria muito mais para dizer, poderia ficar a falar sobre este livro durante horas e não me cansaria, porém e não querendo maçar os nossos leitores espero que esta pequena mostra da espectacularidade da obra vos faça ir à livraria mais próxima adquiri-la.
Olá Vera :)
ResponderEliminarTambém já li a Filha do Barão e também escrevi a minha sincera opinião :). Não poderia concordar mais contigo! Há e haverá sempre mais e mais para dizer sobre o livro e sobre a autora.
Foi a minha estreia com a Célia Loureiro, assimm como nos romances históricos!
Um livro que vale MUITO a pena!
Beijinhos,
Rosana
Preparadas para a continuação? :)
Eliminaré já! :) para quando?
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