quarta-feira, 26 de abril de 2017

Opinião | Escrito na Água | Paula Hawkins | Topseller



Foto de Crónicas de uma Leitora.Foto de Crónicas de uma Leitora.



Nel vivia obcecada com as mortes no rio. O rio que atravessava aquela vila já levara a vida a demasiadas mulheres ao longo dos tempos, incluindo, recentemente, a melhor amiga da sua filha. Desde então, Nel vivia ainda mais determinada a encontrar respostas.

Agora, é ela que aparece morta. Sem vestígios de crime, tudo aponta para que Nel se tenha suicidado no rio. Mas poucos dias antes da sua morte, ela deixara uma mensagem à irmã, Jules, num tom de voz urgente e assustado. Estaria Nel a temer pela sua vida?

Que segredos escondem aquelas águas? Para descobrir a verdade, Jules ver-se-á forçada a enfrentar recordações e medos terríveis há muito submersos naquele rio de águas calmas, que a morte da irmã vem trazer à superfície.
Um livro profundamente original e surpreendente sobre as formas devastadoras que o passado encontra para voltar a assombrar-nos no presente. Paula Hawkins confirma, de forma triunfal, a sua mestria no entendimento dos instintos humanos, numa história com tanta ou maior intensidade do que A Rapariga no Comboio.


Foto de Crónicas de uma Leitora.
É já no dia 2 de Maio, o lançamento mundial do livro Escrito na Água (Into the Water) de Paula Hawkins, e a Topseller enviou um exemplar de avanço para podermos esmiuçar as páginas e formarmos a nossa opinião. A campanha tem sido estrondosa e espera-se que o livro tenha um enorme sucesso, o que não é de admirar depois de "A Rapariga no Comboio" que por cá lemos avidamente.

Tal como no seu primeiro livro, a primeira coisa que nos salta à vista é a posição de destaque da Mulher, tanto nas vítimas como na maior parte dos POVs (pontos de vista), o que não deixa de ser bastante interessante. Escrito de forma bastante inteligente, Hawkins vai-nos dando informações a conta gotas deixando-nos sempre presos à leitura e nem o facto de ter muitos POVs nos confunde porque cada um tem uma voz muito particular. Esse é provavelmente o maior e melhor trabalho da autora em todo o livro, ter conseguido dar a todos uma voz diferente fazendo com que se destacassem das outras. Porém, e apesar do facto desta alternância dar uma dinâmica diferente ao livro, acaba por saturar o leitor. 

Seguindo as histórias e vivências de algumas das personagens, o meu maior interesse prendeu-se com a personagem de Jules que além da narrativa presente nos dá também alguns vislumbres do seu passado em analepses esporádicas que nos conduzem ao ano de 1993 quando esta tinha 13 anos e a sua irmã Nel 17. Porém a trama é muito mais rica e seguimos igualmente Lena a adolescente filha de Nel e Nickie a vidente maluquinha da cidade, entre muitas outras que vão acrescentando algo à história. 

Voltando novamente a comparar este livro com o anterior posso dizer que mais uma vez Paula Hawkins foi mestre na construção das personagens, fazendo-as tão humanas que chega a ser difícil não sentirmos ou empatia ou um ódiozinho de estimação. Mais uma vez a autora vai inserindo aos poucos temas mais duros e controversos fazendo do livro mais que a resolução de crimes mas a resolução de problemas pessoais.

Apesar da excelência de Hawkins não posso dizer que tenha sido em algum momento surpreendida com o desenrolar dos acontecimentos, achei tudo bastante previsível mas nem assim perdi o interesse pela história e isso deve-se unicamente à escrita viciante que a autora imprimiu à narrativa.

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