quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O último Adeus | Cynthia Hand | TopSeller | Opinião


Como superar a ausência e a culpa se não dissermos o último adeus?

A morte está à nossa volta.
Nós não prestamos atenção.
Até que somos obrigados a fazê-lo.

A última vez que Lex se sentiu feliz foi antes. Quando ela tinha uma família coesa. Um namorado que amava. Amigos que não temiam que ela se passasse a qualquer momento. Agora ela é apenas a rapariga cujo irmão se suicidou. E Lex sente que é assim que vai ser vista para sempre. 

Ela tenta seguir com a sua vida, mas há um segredo que a impede, algo que ela nunca disse a ninguém: o seu irmão, Tyler, deixou-lhe uma mensagem na noite em que se suicidou. E esta ideia persegue-a como uma sombra. 

À medida que o tempo avança, Lex começa a descobrir que os fantasmas não têm de ser reais para nos impedirem de avançar.


Esta não é a história de um rapaz e uma rapariga, ou melhor, é mas são irmãos e é isso que vai fazer toda a diferença, não estamos perante um livro romântico em que os amores e desamores de um jovem casal se vai resolver no final, esta é a história de uma jovem cujo irmão mais novo se suicidou.

Logo no início da narrativa deparamo-nos com Lex, uma inteligente adolescente de 17 anos a escrever um diário a conselho do seu terapeuta uma vez que tem segundo o mesmo tem dificuldade em exteriorizar os seus sentimentos em relação ao suicídio do irmão. A partir daqui, seguimos a jornada de Lex em entender e aceitar o que aconteceu, vemos atravessar várias fases de luto até conseguir finalmente chegar até à última.

Durante todo o livro vamos percebendo os problemas e a forma como Lex os vai enfrentando e principalmente quem são os intervenientes que a irão ajudar a ultrapassar a tragédia que se abateu sobre a sua vida. 

Não me irei alongar muito sobre o conteúdo do livro uma vez que o mesmo gira essencialmente sobre o facto da protagonista conseguir ou não atingir a última fase do luto, a aceitação.

Já conhecia a escrita da autora de uma série anterior mas devo dizer que este livro é francamente melhor, a história é muito mais interessante e sempre actual, pode inclusive ajudar quem tenha passado ou esteja a passar por uma situação de perda.

Infelizmente consegui muitas vezes colocar-me no lugar de Lex, consegui sentir a sua dor, as suas dúvidas e a sua desorientação, não por ter alguém que se tenha suicidado mas porque também perdi o meu irmão mais novo, não foi difícil identificar-me com o emaranhado de pensamentos e sentimentos da adolescente. 

Cynthia Hand conseguiu prender-me de uma forma dolorosa, foi impossível pousar o livro antes de o terminar e ainda mais difícil escrever esta opinião e reviver tudo de novo, mas isso é bom não é? Significa que a autora é tão boa, que escreve tão bem e de forma tão viva, tão honesta, tão desprovida de subterfúgios que mergulhamos na história e sentimo-la como nossa.

Uma leitura intensa mas absolutamente imperdível! 



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