terça-feira, 11 de outubro de 2016

Tudo, tudo... e Nós | Nicola Yoon | Editorial Presença | Opinião

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Madeline Whittier observa o mundo pela janela. Tem uma doença rara que a impede de sair de casa. Apesar disso, Maddy leva uma vida tranquila na companhia da mãe e da sua enfermeira - até ao dia em que Olly, um rapaz vestido de preto, se muda para a casa ao lado e os seus olhares se cruzam pela primeira vez. 

De repente, torna-se impossível para Maddy voltar à velha rotina e ignorar o fascínio do exterior - mesmo que isso ponha a sua vida em risco. 

Nicola Yoon escreveu um livro comovente com uma mensagem para leitores de todas as idades.Tudo, Tudo... e Nós foi considerado um dos melhores livros do ano pela Amazon, B&N Teen BLog, Hudson Booksellers, The Miami Herald e School Library Journal.

«A minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa, nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas com quem convivo são minha mãe e minha enfermeira.

Eu estava acostumada com a minha vida até ao dia em que ele chegou. Pela janela vejo o camião de mudanças, e ali está ele. É alto, magro e está vestido de preto da cabeça aos pés. Os seus olhos são de um azul como o oceano. Ele vê que o estou a observar. Descubro depois que seu nome é Olly.

Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.»
Peguei neste livro domingo passava das 9h da noite, precisava de algo que me abstraísse completamente, que me transportasse para uma história simples, com um enredo fácil mas forte e como queria muito ler este livro peguei logo nele. Larguei-o ainda não era meia noite, estava chocada, ou melhor horrorizada e com a certeza que Nicola Yoon é uma autora que quero continuar a seguir.

O livro está excelentemente estruturado, cheio de ilustrações, dados, informações importantes como se fossem escritos pela mão de Madeline o que dá uma dinâmica diferente à narrativa, levando claro a que a leitura seja bastante mais rápida. Os capítulos são também bastante pequenos o que faz com que evolua com bastante fluidez.

Adorei Madeline, mostrou-se uma jovem cheia de garra que não se deixa prender mesmo vivendo presa, sentindo (quando conhece Olly) necessidade de explorar tudo o que lhe foi vedado. A interação de ambos foi muito bem construída e Yoon conseguiu deixar-nos curiosos sobre esta relação que vemos nascer e crescer.

Além de Maddy e Olly há mais duas personagens chave, a mãe e Carla, a enfermeira da jovem, curiosamente (ou não) foi a enfermeira que se mostrou mais maternal, mais carinhosa e mais aberta ao diálogo enquanto a mãe sempre foi mais rígida e cheia de regras, levando a um afastamento gradual da filha.

Como mãe foi um livro que me causou bastante desconforto, não só por toda a situação que envolve Maddy como os acontecimentos que sucedem perto do fim. Vemos também o tema da violência doméstica tratado abertamente na família do adolescente, o que sendo um problema tão actual faz sentido ser abordado em livros mais juvenis para levar aos mais novos uma mensagem sobre este tema.

A autora primou pela originalidade num meio tão saturado por histórias de adolescentes com dramas vemos aqui um problema bastante invulgar e que nos deixa em suspenso até perto do fim, queremos um final feliz para Maddy e Olly mas não é fácil e o  mesmo vem com um sabor agridoce.

Fiquei completamente rendida à autora e à sua escrita que nos transporta para a narrativa. Sem dúvida que recomendo aos mais novos mas também aos pais pois há uma mensagem importante para todos os leitores.



Exemplar gentilmente cedido para opinião honesta.

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