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Nova Série | Westworld | Opinião

By Unknown - 19:00



"They all rebell eventually"

O que esperar quando se junta a ideia original de Michael Crichton (Jurassic Park, E.R.), o argumentista Jonathan Nolan (The Dark Night, Interstellar, Person of Interest) com os actores Anthony Hopkins, Evan Rachel Wood, Ed Harris, Jeffrey Wrigh, tudo bem acondicionado numa das melhores estações televisivas da actualidade, ao som do génio Ramin Djawadi (Game of Thrones) e com J.J. Abrams como um dos produtores executivos? Só os nomes metem respeito, mas se adicionarmos ficção científica, western e drama, temos todos os ingredientes para fazer aquela que se espera ser uma das próximas referências televisivas da ficção científica que, sejamos sinceros, tem sido um género que tem perdido muito fulgor nos últimos anos, com muita pena minha.

É um pouco difícil falar deste episódio e da história que virá aí sem spoilar, mas a melhor pista que posso dar para que percebam o que vos espera é que isto é uma espécie de Disneyland para ricos misturada com Exterminador Implacável, Humans, Black Mirror, Matrix, Eu Robot, ou seja, tudo o que envolva Inteligência Artificial que de uma maneira ou de outra, correu mal.

Isto porque o que temos aqui é mesmo uma espécie de parque de diversões para milionários (ou pelo menos assim nos dão a entender) em que os hóspedes são transportados para o velho oeste Americano. Mas calma, nesta série não há viagens no tempo, embora pudesse muito bem haver, tal a caracterização deste parque e a atenção dada aos detalhes. Tão grande que até os anfitriões são verdadeiros integrantes deste mundo, isto porque são todos robots altamente realísticos e com uma Inteligência Artificial elevadíssima, o que os leva a acreditar que são mesmo colonos americanos a conquistar as novas fronteiras. Claro que isto seria tudo muito bonito e um mar de rosas, se tudo o que há no cinema e na televisão sobre este tema não corresse mal e aqui não é excepção. A razão para as coisas não correrem assim tão bem? Para saberem isso terão de ver a série.

O primeiro aspecto que acho que vale a pena destacar, até porque nos apercebemos disso logo no genérico, é a banda sonora de Westworld. Em equipa que ganha não se mexe, e a HBO parece que sabe isso muito bem. Directamente de Westeros temos Ramin Djawadi, o compositor de Game of Thrones, que nos vem trazer mais obras primas ao longo de, pelo menos, 10 episódios. Uma delas apareceu já na cena final do episódio, obviamente não desiludindo.



Falando da série em si, nem sei por onde começar, sinceramente. Se calhar pela fotografia, que nos recria um ambiente do Velho Oeste perfeito, com pradarias, desfiladeiros, paisagens lindas mesmo. Podia passar 1h todas as semanas a ver aquelas paisagens e aqueles ambientes que não me importaria. Mas ainda bem que isso não acontece, porque Westworld é tão mais que isso. Em apenas 1 hora de episódio já ficamos com milhares de perguntas às quais de certeza já se fazem inúmeras teorias e que de certeza nada terão a ver com o que vai realmente acontecer, já temos uma personagem envolta em mistério, uma história com um sem fim de possibilidades e já tivemos uma enorme actuação de um actor relativamente desconhecido. Louis Herthum (Longmire, True Blood) teve o melhor momento deste piloto, uma cena cheia de mudanças de humor e mesmo personalidade, a culminar com um discurso poderosíssimo que deixou Anthony Hopkins certamente impressionado. Não que ele também não tivesse tido um desempenho exemplar, mas vindo de quem vem, não é nada de admirar, tornando todas as falas da sua personagem, o Dr. Ford, merecedoras de serem ouvidas com a máxima atenção.

Para finalizar, não posso deixar de realçar o quão urgentemente toda a gente tem de ver esta série. Não querendo apontar já muito alto, apostaria que será a sucessora natural de Game of Thrones como maior trunfo da HBO nos próximos anos. Westworld é, na minha opinião, a melhor estreia deste Outono. Apesar de ainda não ter visto muitos pilotos, seguramente que ficará no top-3 de séries desta temporada. Apenas mais um exemplo de como a produção televisiva anda a pouco e pouco a ultrapassar em qualidade as produções de Hollywood.





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