quarta-feira, 20 de abril de 2016

Ligeiramente Indecente | Mary Balogh | Edições ASA | Opinião


É no campo da Batalha de Waterloo, entre os soldados feridos, que Rachel York espera encontrar a salvação para si e para as suas amigas. Ludibriadas por um falso pretendente, as quatro encontram-se agora longe de casa, na penúria e obrigadas a viver num bordel. Mas Rachel é uma jovem cheia de recursos e não se dá por vencida. A solução para todos os seus problemas – pensa – está num belo soldado moreno que perdeu a memória. Pois para poder receber uma avultada herança, Rachel precisa de um marido. Basta convencer o soldado desconhecido a alinhar no jogo. O que ninguém sabe é que o jovem é nada menos que Lord Alleyne, o benjamim da família Bedwyn. Mas, por muita boa vontade que ele tenha, nada corre como planeado ao chegarem a Inglaterra. E a situação complica-se – quanto mais não seja pela crescente atração entre os falsos noivos, numa farsa que parece ser ligeiramente... indecente.


Depois de todas as emoções que o livro anterior trouxe era difícil não esperar a história de Alleyne com alguma (bastante) ansiedade. Este livro à semelhança de Ligeiramente Tentador é mais sombrio, mais carregado de dor e bastante controverso e à semelhança de todos os livros anteriores Mary Balogh consegue viciar-nos na história.

Depois de vermos Alleyne desaparecer na batalha de Waterloo ficamos com a certeza que só algo muito grave o impediria de voltar à sua família, assim vamos encontrar o jovem gravemente ferido como seria de esperar mas obviamente vivo, já que seria impossível ser de outra forma. Neste livro apesar de Alleyne não ter perdido a sua essência, perdeu algo bastante precioso, a sua memória (isto não é spoiler, está na sinopse) tornando-se por vezes bastante sombrio e tendo perdido uma boa parte do riso fácil e do humor, apesar de não completamente.


Algo que me faz adorar este livro é o enredo estar no meio da batalha de Waterloo (assim como Ligeiramente Tentador) o que nos dá uma proximidade histórica maior, ou seja faz com que tudo pareça mais real, vê-los ali em plena batalhas quase que ouvimos e vemos os gritos, o desespero, a raiva, o choro, o riso dos soldados que combateram.

A história está excelente e um dos pontos mais engraçados foi sem dúvida algumas personagens com um modo de vida bastante curioso. Toda a trama gira em volta das memórias do irmão mais novo dos Bedwyn e do infortúnio que se abateu sobre Rachel e as suas interessantes amigas porém Mary Balogh dá-nos uma estrutura sólida tornando a narrativa bastante apelativa. O único ponto negativo, ou melhor menos bom, é que com a amnésia de Alleyne e a impossibilidade de descobrir a sua família vemos muito pouco dos restantes Bedwyn neste livro, mas isso é algo que já sabemos do livro anterior por isso já não se estranha.

Já sabemos que a escrita da autora é fenomenal, quem me conhece sabe que sou fã incondicional da série e a autora não descura os mais ínfimos pormenores. A forma como a informação nos vai sendo dada torna a leitura rápida o que aliando à escrita simples de Balogh faz com que este livro se torne imperdível.

Estranho seria se eu não recomendasse esta leitura, Mary Balogh é mestre e os mestres querem-se na estante para ler e reler.



Este exemplar foi gentilmente cedido pelas Edições ASA em troca de uma opinião honesta

Sem comentários:

Enviar um comentário