A Mulher Esquecida
Katherine Webb
Tradução: Jorge Volaço
Título Original: The Misbegotten
Editora: Chá das Cinco
469 páginas
As mentiras mais belas escondem as piores verdades.
Bath, Inglaterra, 1821.
Jonathan Alleyn vive atormentado pelas memórias da guerra e pela dor de ter perdido Alice, o seu amor de infância. Nos últimos anos, a mansão em que vive apenas oferece abrigo aos seus fantasmas. Até Starling, a governanta, e irmã adotada de Alice, duvida que a jovem tenha simplesmente fugido e teme algo bem mais sinistro.
Mas eis que chega Rachel, casada com um charmoso homem de negócios e que é convidada a fazer companhia a Jonathan. A sua presença tem um efeito perturbador na falsa harmonia da mansão Alleyn, pois Rachel é muito parecida com a desaparecida Alice.
As ameaçadoras sombras do passado emergem para trazer à tona verdades desoladoras e cruéis. Quem terá coragem de desvendar um passado cheio de enigmas obscuros? Quem é Rachel? E o que aconteceu a Alice?
Este livro foi um pouco contraditório para mim, não pela história mas essencialmente pela tradução e quem sabe por causa dela, pelas personagens.
A mulher Esquecida é o primeiro livro da autora editado pela Saída de Emergência, sendo também o primeiro livro que leio de Katherine Webb.
A plot do livro é boa, a sua base e até o seu desenvolvimento está bem construído, a autora consegue surpreender e não desconfiei até ter o facto à minha frente, sabemos situações passada na guerra contra os franceses mesmo que poucas, há mistério, há um desaparecimento, há tudo que pode dar até certo ponto bom livro mas para mim faltou a empatia da história com a minha pessoa, e é aqui que entra a tradução e a forma de escrita da autora.
Eu como leitora, pois sou isso mesmo uma simples leitora, não consigo separar o que sou, o que penso do livro que estou a ler, por isso haver personagens que me irritam, que me fazem "apaixonar" por elas, que me fazem chorar com elas, situações em livros que fazem com que tenham vontade de entrar nas linhas e andar a "distribuir belinhas" a torto e a direito, é esse sentimento de pertence, de que faço parte da história, que senti falta neste livro.
Em conversa com a minha amiga Ana "Ruiba" (Adeselna), dizia que o problema estava não só na forma mais formal que a autora escreve no original, mas também na formal e fria utilização da 3ª pessoa do plural (você), esta na minha opinião torna a escrita desde já formal, ainda em mais solene e fria. Em inglês o you é you, não há diferença entre o tu e o você, o que na língua "mãe" talvez a frieza que senti passasse mais ao lado do que passou, e provavelmente desvalorizava o tratamento por Sr. ou Sra. entre o casal.
Sei que não é o romance que a capa transmite mas sim um livro histórico/época (como queiram), com toques de mistério, possibilidade de crime e dar ao leitor um lado mais negro da sociedade, do homem.
Tirando o que disse antes, gostei do que li.
As personagens...
Gostei bastante da personagem do Jonathan, homem atormentado pelo que viveu, pelo que o fizeram viver, com uma consciência tão grande, um coração que fora tão puro que não consegue ultrapassar durante anos, nem mesmo encarar todo o que sofreu.
Homem culto e bastante inteligente mas com um lado escuro, que não nasceu com ele mas que cresceu com ele a partir de um determinado momento.
Rachel, não tenho muito o que dizer deste personagem, a não ser que era "fruto" da época. Corajosa, pois para ter feito o que fez, tinha que ser corajosa, um bom coração, era alguém que dava paz, trazia "redenção".
Starling, personagem peculiar, marcada, que ama quem a ajudou mas... Maldosa, chegado a ser perversa, ciumenta, rancorosa mesmo que esteja errada. Porém até se pode "compreender" porquê!
Há outras personagens que interferem no desenrolar da trama, que ou são boas ou são más, existem porque tem que existir, acho que como em todos os livros.
No geral é um bom livro, um livro que temos que o acabar rápido para saber todas as respostas... Porém o que me prendeu foi mesmo o querer saber o que se passou, não porque as personagens me fizeram sentir parte da história.
Perguntam se recomendo o livro? Recomendo, porém digo para não irem à procura de romance, de paixões, pois não vão encontrar. Romance "ah lah Júlia Quinn" não está presente!
Boas leituras.
Sem comentários:
Enviar um comentário