Olá a todos, sou a Carla do Trivialidades Literárias e como novidade fresquinha de novo ano, sou a nova colaboradora deste magnífico cantinho. Fico muito feliz por ter a
oportunidade de fazer parte deste blog que tanto admiro, cuja fundadora é
alguém por quem tenho muito carinho e que conta com o apoio de mais 11
cronistas loucas lindas.
Nada melhor para iniciar a minha colaboração do que com a opinião daquele que considerei ser um dos melhores livros que li em 2015 e cuja opinião andei a arrastar, em parte porque ainda o estava a digerir e posteriormente devido ao cansaço extremo que não me deixava escrever nada conciso.
Em 1968, Kimberly
Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos
para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido
por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um
segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a
companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e
sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até
ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia
abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um
passado avassalador.
Nos corredores da universidade ou no
apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas
ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha
numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a
preparou.
Rigoroso, imaginativo e
profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens
inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos
dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio
da História. A obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.
Quando
decidi ler este livro em Setembro fui, como na maior parte das vezes,
às escuras, movida apenas pelo burburinho que tanto andava a causar pelo
universo da internet, nomeadamente em blogs, facebook e goodreads.
Como em tudo na vida, não gosto de me ficar apenas pela opinião dos
outros e, como tal, tive de ler para ter a minha própria opinião
fundamentada.
De início estava um pouco reticente porque a narrativa se estava a desenrolar de um modo um pouco arrastado e eu sem perceber o porquê de tanto falatório. Expectativas my dears, a culpa era toda das expectativas e, quando o percebi, refreei-as e comecei a apreciar mais a leitura.
Tenho que começar por destacar a escrita de João Pinto Coelho, que só muito a custo acreditei tratar-se de um estreante, tal é a sua complexidade e riqueza. Os detalhes retratados ao pormenor, as analepses recorrentes e que resultaram tão bem (embora não sejam novidade neste género literário), onde tão depressa estamos em 1968 em Nova Inglaterra, como de seguida estamos a viver o período pré e durante Segunda Guerra Mundial. Está tudo tão bem descrito e pormenorizado que nos sentimos lá. Percebe-se a profundidade da investigação que esteve por detrás do livro, de tal modo que damos por nós a acreditar que também nós lá estivemos e que sim, sem sombra de dúvida tudo se passou tal como nos é contado.
E quanto ao enredo, ai o enredo... Como já referi, começa de forma lenta mas, sabem que mais, não poderia ser de outra forma. Leva-nos gradualmente ao cerne da questão, a querer saber sempre mais acerca da extremamente enigmática, mas profundamente carismática, Sarah Gross. Rimos, suspiramos e choramos com o que "ela" tem para nos contar. Envolvemo-nos de tal maneira que damos por nós numa bola de neve, onde cada pormenor que nos é revelado nos leva a querer mais e mais e cada vez nos prende mais e assim nos deixa rendidos.
Já o desenrolar da ação, este por várias vezes dá-nos um murro no estômago pois não vai na direção que suspeitamos. Principalmente aquele final (não, não vou spoilar, don't worry). Bolas! Que final! Em momento algum sugeriu ir naquele sentido, apanhando-nos completamente desprevenidos. Como, quando, onde é que aquilo se deu? Foram as questões que preencheram o meu cérebro durante dias e que até hoje ainda não consigo responder. Mas posso dizer que foi perfeito e que foi de génio, afinal levou-nos o tempo inteiro numa direção, para terminar abrutamente noutra (damn!).
Quem diria que aqui iria encontrar de tudo, história, ação, suspense, romance...É um livro sem dúvida completo, que se enquadra em variados gostos literários.
Bem, acho que não me vou estender mais...
Por fim, resta-me reforçar o que em inúmeros comentários e opiniões já foi dito. Este livro tem MESMO que ser traduzido no maior número de línguas possível!
Não vou dizer se devia ou não ter vencido o prémio Leya pois, por um lado não faço parte do júri, e por outro, não li o livro vencedor (que confesso que não o tenho sequer na wishlist) portanto seria presunção da minha parte fazer tal afirmação. Apenas posso dizer que, à sua maneira, este acabou por ser o grande vencedor e fico feliz por isso.
Por tudo isto e por mais que não consigo exprimir, merece 5* !
Ah, não se vão já embora! Aproveito ainda para vos recomendar a leitura deste artigo sobre o autor e o livro. Enjoy!
De início estava um pouco reticente porque a narrativa se estava a desenrolar de um modo um pouco arrastado e eu sem perceber o porquê de tanto falatório. Expectativas my dears, a culpa era toda das expectativas e, quando o percebi, refreei-as e comecei a apreciar mais a leitura.
Tenho que começar por destacar a escrita de João Pinto Coelho, que só muito a custo acreditei tratar-se de um estreante, tal é a sua complexidade e riqueza. Os detalhes retratados ao pormenor, as analepses recorrentes e que resultaram tão bem (embora não sejam novidade neste género literário), onde tão depressa estamos em 1968 em Nova Inglaterra, como de seguida estamos a viver o período pré e durante Segunda Guerra Mundial. Está tudo tão bem descrito e pormenorizado que nos sentimos lá. Percebe-se a profundidade da investigação que esteve por detrás do livro, de tal modo que damos por nós a acreditar que também nós lá estivemos e que sim, sem sombra de dúvida tudo se passou tal como nos é contado.
E quanto ao enredo, ai o enredo... Como já referi, começa de forma lenta mas, sabem que mais, não poderia ser de outra forma. Leva-nos gradualmente ao cerne da questão, a querer saber sempre mais acerca da extremamente enigmática, mas profundamente carismática, Sarah Gross. Rimos, suspiramos e choramos com o que "ela" tem para nos contar. Envolvemo-nos de tal maneira que damos por nós numa bola de neve, onde cada pormenor que nos é revelado nos leva a querer mais e mais e cada vez nos prende mais e assim nos deixa rendidos.
Já o desenrolar da ação, este por várias vezes dá-nos um murro no estômago pois não vai na direção que suspeitamos. Principalmente aquele final (não, não vou spoilar, don't worry). Bolas! Que final! Em momento algum sugeriu ir naquele sentido, apanhando-nos completamente desprevenidos. Como, quando, onde é que aquilo se deu? Foram as questões que preencheram o meu cérebro durante dias e que até hoje ainda não consigo responder. Mas posso dizer que foi perfeito e que foi de génio, afinal levou-nos o tempo inteiro numa direção, para terminar abrutamente noutra (damn!).
Quem diria que aqui iria encontrar de tudo, história, ação, suspense, romance...É um livro sem dúvida completo, que se enquadra em variados gostos literários.
Bem, acho que não me vou estender mais...
Por fim, resta-me reforçar o que em inúmeros comentários e opiniões já foi dito. Este livro tem MESMO que ser traduzido no maior número de línguas possível!
Não vou dizer se devia ou não ter vencido o prémio Leya pois, por um lado não faço parte do júri, e por outro, não li o livro vencedor (que confesso que não o tenho sequer na wishlist) portanto seria presunção da minha parte fazer tal afirmação. Apenas posso dizer que, à sua maneira, este acabou por ser o grande vencedor e fico feliz por isso.
Por tudo isto e por mais que não consigo exprimir, merece 5* !
Ah, não se vão já embora! Aproveito ainda para vos recomendar a leitura deste artigo sobre o autor e o livro. Enjoy!
Carla Ramos
Sem comentários:
Enviar um comentário