No Teu Olhar
Nicholas Sparks
Tradução: Isabel Veríssimo
Título Original: See Me
Editora: Edições ASA
520 páginas
Colin Hancock é jovem mas já viveu mais violência e abandono do que a maioria das pessoas. Foi perante o abismo que tomou a corajosa decisão de começar de novo. Agora, o emprego num restaurante da moda pode não o satisfazer, mas o sonho de se tornar professor parece cada vez mais perto de se concretizar. Dar às crianças o carinho e a atenção que ele próprio não teve é o seu grande e único objetivo... mesmo que o preço a pagar seja a solidão.
Maria Sanchez também deseja, acima de tudo, uma vida calma. Filha de imigrantes mexicanos, aprendeu desde cedo o valor do trabalho árduo, da ética e da lealdade. Para ela, bastam-lhe o emprego num prestigiado escritório de advogados e uma noite tranquila em casa para repor as energias. Nem a insistência da sua irmã surte efeito. Com uma profissão tão arriscada, Maria aprecia a segurança que o isolamento lhe dá.
Colin e Maria não foram feitos um para o outro. Ele representa tudo aquilo que ela despreza, é o típico meliante que ela está habituada a ver atrás das grades. E quando se cruzam numa noite de tempestade, o fosso que os separa é profundo e evidente. Mas, a partir desse momento fortuito, as suas vidas não voltarão a ser as mesmas.
Conseguirão eles ver para além das aparências? Ler nos olhos do outro o que de mais profundo lhe vai na alma? Ceder à persistente memória daquela noite?
A primeira pergunta que faço ao meu circulo de amigas dos livros, é se o autor mata os protagonistas... Juro que não consigo não perguntar, e ir à descoberta porém tenho um motivo deveras válido para formular a pergunta.
Eu... Não gosto de livros dramáticos ou muito dramático, não gosto de livros em que um dos protagonistas morre ou até os dois, não gosto de chorar num livro. Quando pego num para ler, não vou à procura do que referi antes, para isso ligo a TV nos noticiários e vejo drama.
E todas nós sabemos como é Nicholas Sparks, um autor que mete as pedras das calçadas a chorar e depois de 1 livro, em que me vi a chorar que nem uma "Madalena arrependida" às 5h da manhã, resolvi e escrevi em papel de 25 linhas de forma solene em, não voltar a ler um livro do autor, se este resolver matar um dos protagonistas.
Por isso as minhas primeiras perguntas, quando vejo um novo livro é...
"Ele mata-os? Há mortes que me façam desesperar?"
Neste livro a resposta foi... não! Graças a Zeus e aos Deuses dos livros!
Depois deste pequeno apontamento, vamos lá então ao livro.
Este está numa linha totalmente diferente de todos os que li do autor, é um romance mas tem suspense, posso muito bem apontar que é um thriller com romance.
O livro é para mim quase o oposto do que o autor tem escrito e por esse motivo, li algumas criticas no GoodReads. Acho que os "fãs" mais fervorosos do autor, os que vibram com o seu estilo, vão ficar "desgostosos" porque se afasta do que é "normal" (independente do que a palavra queira dizer), do drama puro mas para mim é uma lufada de ar fresco. Gostei bastantes desta nova faceta do autor, espero sinceramente que a mantenha!
Colin! Colin! Que personagem fantástica e fascinante!
É um homem que no decorrer da sua vida se auto-destruía, que convivia com a sua própria violência, que para mim não nasceu com ela mas esta desenvolveu-se com ele. Até que ao bater completamente no fundo, toma consciência que tem que mudar e tem a força suficiente para perceber como funciona, claro com ajuda e se auto-disciplinar contra ela, usando muitas vezes o desporto, o esgotamento físico para controlar a sua violência, o seu impulso! Mas tem um coração tão grande, que nem ele próprio sabe a extensão do mesmo, dá a vida pelos que ama, sem pensar duas vezes. Não sei explicar o como gostei desta personagem... OK! (são perceber ao ler o livro o por quê do OK).
Maria. No geral gostei dela mas há ali um ponto da sua personalidade que me irritou, mulher "perfeita", que nunca deu um passo em falso, mas achava-a tão insegura, tão volátil, com tantos "como?", "porquê?", "o que sinto?", "o que quero?", pareceu-me como uma das amiga dela disse, que ela estava a viver o que normalmente se vive na adolescência e universidade, todas as duvidas! E isso mexeu um pouco com os meus nervos. Porém no geral, gostei da personagem. Assim como gostei e achei engraçado a dinâmica do casal, como duas personagens tão diferentes, se completavam tanto.
Depois vem os "condimentos" da história principal... A família da Maria era um doce, adorei a Serena, a irmã de Maria, houve alturas em que achei que ela era bem mais sábia que a irmã. E os amigos do Colin! Even e Lily, casal fantástico e excelentes amigos, irmãos, o suporte e a base de Colin!
Conclusão, um livro do Sparks que me surpreendeu por ser diferente. Gostei, gostei muito, que continue assim! Quem não gosta muito do autor, recomendo darem uma hipótese a este livro!
Boas leituras!
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