Autores: Al Ewing
Arte: Vários artistas
Editora: Marvel
Data de Publicação:
Publicação mensal em fascículos (com 3 volumes compilatórios)
Estou de volta
(culpem o NaNoWriMo pela minha demora) e desta feita, para celebrar a saída do
007: Spectre, a apresentar um mês temático: sejam todos bem-vindos ao...
O que é o "Secret Agent Month"? Bem, ainda que esteja bastante atrasada (dia 20, HAH!) vou publicar até ao fim de Novembro quatro Opiniões BD dedicadas ao tema “Agentes Secretos”, onde analiso várias obras de BD focadas neste tipo de heróis modernos.
E para abrir em grande vamos ter… super-heróis?
From Asgard,With Love
Não, não ando a
drogar-me, nem a alucinar.
De facto, a Marvel, fascinada com a popularidade de
Loki (com que obviamente não estavam a contar) decidiram muito rapidamente
compensar pela sua falta de senso, e capitalizar neste inesperado mercado para publicar um livro dedicado às muitas fangirls do
vilão/anti-herói Loki.
Reação mediana de uma fã ao ouvir a palavra "Loki" |
Nota-se a milhas que o elusivo público-alvo feminino era em quem estavam a pensar quando à mais ou menos um ano decidiram dar ao senhor Loki o seu primeiro livro a solo.
"Mas," ouço-vos perguntar, "como é que pode ser? O Loki é homem, e a maioria das séries populares entre as leitoras femininas tem protagonistas femininas também."
Pois, meus queridos, mas a verdade é que nós quando gostamos, gostamos muito, e o Loki foi redesenhado especialmente para gostarmos.
Não acreditam em
mim? Ora olhem para isto:
Loki Original (esquerda) vs. Loki Pós-Filmes |
Pois.
Não é que me
esteja a queixar, e, francamente, apoio totalmente a igualdade: mais homens
jeitosos nos comics, já!
Agora a sério,
não deixo de achar curioso como é que mesmo tendo um pedaço como o Chris
Hemsworth para olhar, a maioria das moças quer é o muito mais escanzelado e bem
menos atraente Tom Hiddleston (não me batam! Eu também gosto mais do Loki, mas
há que chamar as coisas pelos nomes, e o Chris é bem mais jeitoso).
Se não acreditam
em mim… vejam esta reação, quando o ator apareceu em personagem num ComiCon.
Poderia alongar-me muito no porquê deste extraordinário fenómeno (eu sei porque é que eu gosto, não posso falar pelas outras), mas por ora voltemos à vaca fria: a série Loki: Agent of Asgard, e o seu protagonista, Loki.
The God Who Came From the Cold
Loki leva as suas prioridades a sério. |
No mundo da Marvel, Loki é também o filho de um gigante do gelo (os grandes inimigos dos Argardianos), salvo pela misericórdia de Odin, depois de lhe matar o pai. Loki foi educado como Asgardiano, mas não conseguiu perdoar inteiramente ao irmão, que era, por algum motivo burro como uma porta, mas mesmo assim o favorito do pai. Nos comics, este ressentimento torna-se em ódio e ele tornar-se o arque-inimigo de Thor, lutando muitas vezes contra ele e os Vingadores.
Nos filmes, é…
um bocado mais complicado, mas ele está, neste momento mais vilão que
anti-herói. Se bem que com a popularidade dele, é muito provável que a sua redenção
esteja para acontecer em breve.
Sim, querido, claro que estás.... |
(SPOILER: Ele sobrevive! MWAH AAH AAH!)
E como parte
deste serviço de renovação, na BD a redenção dele começou já: distinguindo o “Rei
Loki” (a versão muito má, original dos comics do Thor) da versão “mais ou menos do
filme Loki”, a Marvel apresenta-nos um reinventar do personagem, ainda o deus das trapaças, ainda
um malandro, mas um malandro adorável, com sentido de humor, e que está a tentar
fazer o bem, mesmo que isso não lhe seja fácil.
In The Goddess’s
secret service
E assim nasce “Loki:
Agent of Asgard” – nesta série, Loki transformou-se numa nova versão sua (mais
parecida com a do filme, POR TOTAL E COMPLETA COINCIDÊNCIA CLARO QUE SIM WINK WINK NUDGE
NUDGE) que está a lutar contra o seu futuro eu, para o impedir de vencer a guerra contra Odin, e destruir o mundo humano completamente.
O inicio de uma piada que dura... |
Para tal, Loki faz um trato com Freja, a All-Mother: por cada missão que cumprir para ela em segredo total, um dos seus crimes (que foram cometidos como “antigo Loki”) é esquecido para todo o sempre, num óbvio esforço para se redimir. Os deuses\aliens superpoderosos não são supostos interferir na Terra, mas a All-Mother tem coisas que precisa de fazer, e, como não pode fazê-las diretamente, sem quebrar as regras, usa então Loki.
A este juntam-se novos e estranhos amigos, incluindo
a sua BFF, Verity, o detetor de mentiras humano – uma rapariga cujo único
poder é saber sempre quando lhe mentem – bem como antigos aliados,
ex-namoradas, e até o Thor e a Angela aparecem, volta e meia.
... e dura... |
A série está muito bem escrita, e recomenda-se, mesmo para quem não gosta de super-heróis – "Loki: AoA" acaba por ser Paranormal\Fantasia Urbana e ter os heróis de lycra metidos ao barulho de vez em quando; está mais perto de ser “Percy Jackson” do que de ser Super-homem. Apesar de ser uma série complexa, consegue ter momentos inesperadamente meta – muito estilo Doctor Who, porque viagens no tempo e outras coisas que tais (e quebras da 4ª parede) acontecem.
Os plots elaborados, as ideias, os conceitos, os plot twists e as
revelações são extraordinários, e não requerem qualquer conhecimento de Loki
pré-filmes da Marvel para poderem ser apreciados devidamente.
Mais que isso,
Loki é o ponto forte desta série: é um personagem extremamente fascinante, e consegue ser tão
engraçado como trágico. Apesar de certos momentos de nonsense total
(cough *LokiUnicórnio* cough), tudo faz perfeito sentido em contexto, e mostra-nos um
escritor que tem sentido de humor, e não se leva demasiado a sério (logo, perfeito
para escrever sobre o deus da malandrice). O autor mete piadas frequentemente, e mais do que uma vez, pisca o olho ao leitor.
Quê? Julgavam que não vos ia mostrar? |
Temos como exemplo o facto que Loki agora se parece (ligeiramente) com um dos One Direction (algo, sem dúvida, ordenado pelo departamento de marketing) - o que é comentado por vários personagens.
Infelizmente,
Loki tornou-se tão popular, que, para aproveitar a sue popularidade, temos o coitado a ser, volta e meia, arrastado
para as séries de outros personagens Marvel (desde Young Avengers até Angela e passando por Thor e
Vingadores crescidos). O segundo volume da série, ainda que sólido e interessante, sofre muito disto, do síndroma de “coisas
acontecem porque X, Y e Z aconteceram noutras séries e temos que as resolver agora”. Como resultado, não se passava tempo suficiente no
mundo de Loki ou a desenvolver a historia dele. Note-se que considero o segundo volume uma leitura igualmente
interessante e que vale bem a pena, mas não tem a qualidade do primeiro.
Eles bem que nos avisaram... |
Quanto à arte, é decente, mas como varia frequentemente, é difícil dar uma única opinião – cumpre a sua função, e certas partes são extraordinariamente bem desenhadas, especialmente no primeiro volume.
Novamente, ainda na
secção da arte, muitos aplausos à artista das primeiras capas, Jenny Frisson, que desenha de tal forma que me deixa a cara à banda.
Capa de Loki: Agent of Asgard #1, por Jenny Frisson |
You Only Review Twice
Esta série é
recomendadíssima para quem é fangirl do Loki, e sugerida a quem gosta de
neo-mitologias na linha de Neil Gaiman, Alan Moore, etc. É muito divertida,
inteligente, e consegue dar aqueles pontapés nos sentimentos que não estamos à
espera – porque o tom de comédia nos faz baixar a guarda. Faz parte da linha de "BD bem escrita" em que a Marvel tem vindo (graças a Zeus, Odin e Merlin) vindo a apostar recentemente.
Não percam o
próximo episódio de Secret Agent Month… porque eu tenho que o escrever ainda.
Sem comentários:
Enviar um comentário