Hetty, uma escrava do início do século XIX, sonha com uma vida para lá das paredes sufocantes da opulenta mansão Grimké. Sarah, a filha dos Grimké, desde cedo que quer fazer algo pelo mundo, mas é sufocada pelos limites rígidos impostos às mulheres.
Tudo
tem início quando Sarah faz onze anos e lhe dão Hetty, um ano mais
nova, para ser sua aia. Nas décadas seguintes, cada uma à sua maneira,
as jovens lutam por liberdade e independência. Moldando o destino uma da
outra, vivem uma intensa relação de amizade marcada pela culpa,
rebeldia, separação, os caminhos ínvios do amor e também pelo nascimento
do movimento abolicionista que mudará as suas vidas para sempre. Será
que a religião, a sociedade e a família podem enfrentar os sonhos de
duas jovens?
Inspirada pela figura histórica de Sarah Grimké, Sue Monk Kidd transcende o registo histórico para nos oferecer um testemunho deslumbrante e poderoso da luta das mulheres e dos escravos em nome da liberdade.
Inspirada pela figura histórica de Sarah Grimké, Sue Monk Kidd transcende o registo histórico para nos oferecer um testemunho deslumbrante e poderoso da luta das mulheres e dos escravos em nome da liberdade.
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Tendo atingido o topo da tabela de vendas do New York Times e sendo seleccionado para o Clube do Livro de Oprah Winfrey, A Invenção das Asas é já mais um exemplo de grande sucesso e qualidade na sólida carreira de Sue Monk Kidd.
Mesmo conhecendo o nome da autora através de trabalhos anteriores da mesma, nomeadamente A Vida Secreta das Abelhas (ASA, 2005), foi apenas com A Invenção das Asas que me estreei na leitura das suas obras, para a qual admito ter partido com expectativas o mais neutras possível. Foi portanto uma boa surpresa ter-me deparado com uma escrita de sonância poética, que aborda um tema sensível de forma comovente, mas ao mesmo tempo não fugindo à dura realidade das situações em questão.
Ainda que se trate de um enredo denso, que penso ser melhor absorver lentamente, este livro é dono de algumas das personagens mais ricas e complexas sobre as quais me lembro de ter tido o prazer de ler recentemente. Com o feminismo cada vez mais presente na nossa sociedade, foi também interessante poder ficar a conhecer uma abordagem mais histórica do movimento dos direitos da mulher - e também do movimento abolocionista - através do ponto de vista de uma figura de referência em relação à qual desconhecia até agora a importância que terá tido na nossa cultura e, especialmente, na sociedade da época.
Numa narrativa que me trouxe um pouco à memória o estilo de Katherine Stockett em As Serviçais (Saída de Emergência, 2011), A Invenção das Asas tem tudo para se vir a tornar um nome de peso no que toca à ficção histórica, e eu não poderei deixar de o recomendar particularmente a quem é apreciador do género, mas honestamente também aos leitores em geral, pois acredito ser uma história capaz de ressoar com qualquer um de nós.
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