segunda-feira, 11 de maio de 2015

Capitão Falcão | Cinema | Review

Somos Portugueses não precisamos de um plano.
Capitão Falcão

Inspirada por este herói português decidi mandar todos os apontamentos que tinha às urtigas e escrever a review de mão ao peito… esperem aí, review? Mas estamos num país a sério como Inglaterra ou em Portugal? Crítica, se faz favor. Mau, mau Maria… Bom estou a escrever a minha belíssima crítica a este grandioso filme português que enaltece a nossa raça, a Lusitânia enquanto oiço Amália Rodrigues e tenho um bolinho mesmo bom para o meu querido marido. E como melhor forma de passar o tempo enquanto mulher portuguesa do que escrever o quanto maravilhoso é o nosso país por fazer um filme tão bom?

Pronto já entenderam a ideia, não foi? Agora vamos lá à review a sério! Sim, achavam que eu ia escrever uma review sem metade estar em inglês? Pff, se calhar ainda acreditam que D. Sebastião vem aí.


PORTUGAL!!

Capitão Falcão faz o que todo o filme tuga faz para conseguir vingar nas salas de cinema cheias de blockbusters estrangeiros: usa humor e goza com os tugas. Os estranjas bem que podem tentar mas a verdade é que só os portugueses sabem gozar com eles próprios. Somos um povo com tanta história e costumes que nenhum estrangeiro nos entende como deve de ser. A gaiola dourada provou isso, mas Capitão Falcão vem cimentar essa ideia. Não é por acaso que os Gato Fedorento foram um fenómeno no nosso país. Sabemos não só ir ao ponto como ainda rir das nossas parvoíces. É mais por esse motivo que Capitão Falcão é tão excelente, tenta ser tão ridículo que doí e funciona. Não tenta ser sério e abordar temas de forma grave, mas sim ao exagerar e gozar. 


Um copo de leite, por favor! ... LEITE? Eu queria dizer absinto! Uma jarra, por favor!

Capitão Falcão é um anti-herói, não tão carismático como Deadpool embora com a mesma ausência de moral. Apesar do Capitão actuar de acordo com o seu código moral, todas as suas opções e escolhas são feitas em prole do Estado e em defender o Estado da Nação e o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar. Afinal ele é a personagem perfeita para defender o nosso país da “corja” estrangeira: é leal, acéfalo, corajoso e tem tolerância heróica ao absinto. Quando o país se encontra sob ameaça de comunas, feministas, capitães de Abril e inimigos do governo é preciso alguém que proteja os cidadãos e é aqui que João Leitão consegue fazer o seu melhor twist. É que o Capitão não salva ninguém a não ser o seu amado ditador, algo que dá para ver logo nos créditos de abertura através das notícias sobre os feitos heróicos. Compreende-se no entanto a adoração por este super-herói quase virado ao contrário; ele é carismático, acredita sinceramente que está a salvar a pátria de inimigos e ainda tem as melhores expressões faciais e tiradas tão ridículas que é impossível não resistir. 


O filme atreve-se ainda a fazer tantas referências pop que é tão lindo ver os Capitães de Abril a mudarem como os Power Rangers ou então ao Major Alvega (interpretado na série transmitida pela RTP por Ricardo Carriço), que sou honesta não entendi a referência no cinema, mas uma pesquisa no Google dá a entender porque é que a aparição dele é tão importante para o nosso capitão.  A fotografia está divinal. As transições por vezes são um pouco lentas, mas isso só contribui para aumentar o suspense para quando acontecerá uma “gag”. Para além de que todas as actuações são tão exageradas e over the top, é impossível não querer beijar o Gonçalo Wellington e todos os actores que fizeram uso das expressões faciais e teatralidade nas falas.

Numa nota positiva só utilizaram algumas cenas do episódio piloto da série que pude ver no Porto Hard club e numa nota ainda mais positiva posso dizer que o filme está bem mais humorístico que a série. Como era apenas um pilot muitas piadas foram deixadas para outros episódios ao passo que na longa-metragem fizeram uso de todos os estereótipos do Estado Novo.


Através de uma narrativa que parodia a jornada do super-herói que precisa do seu sidekick para combater os inimigos e é imperativo cair a meio do 3º acto para se poder levantar e salvar o dia no fim, sem claro perder pessoas queridas pelo caminho. No entanto o Capitão começa exactamente como acaba, leal aos seus ideais e não compreende que acabou de condenar o país à continuação da ditadura ao derrotar os temíveis Capitães de Abril. Há ali um momento em que pensamos que o Capitão vai mudar e trair o seu país, no entanto contamos com a presença de ilustres figuras para convencerem-no que o país está bem como está e que nós, Portugueses, não desistimos e protegemos o que é nosso.

Edição especial do METRO no dia de estreia do filme

O filme irá sair de exibição esta semana, mas como é óbvio é imperativo fazer cumprir o nosso dever cívico de apoiar o que é Português! Just joking, é só mesmo porque eles têm um contrato com a NOS Lusomundo para se chegarem a X mil ou milhões de euros há sequela and BITCHES I WANT MY SEQUEL! Até porque em jeito de filmes da Marvel há uma cena extra depois dos créditos finais que deixa no ar um possível novo inimigo do Estado.

Só vos pergunto uma coisa: Bolo de arroz?


1 comentário:

  1. Pastel de nata? xD ahahah


    Adorei o filme, nem sei bem o que estava à espera, mas foi totalmente diferente de tudo o que já vi. Completamente nonsense :)

    JAIIIIIIIIMEEEEEEEEEEEEE

    ResponderEliminar