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Sem Medo do Destino, primeiro livro da duologia D. C. Detectives, foi também a minha primeira experiência com Nora Roberts. Muita tinta vi correr ao longo dos anos em relação à autora e aos seus livros e, pessoalmente, classifico esta leitura como algo de peculiar, à falta de melhor expressão.
Passo a explicar porquê: apesar desta ser a mais recente adição da Chá das Cinco à vasta colecção de Nora Roberts, a verdade é que este título foi originalmente publicado em inglês em 1987. Assim sendo, Sem Medo do Destino apresenta-nos um enredo centrado numa época suficientemente recente para que tenhamos uma percepção de contemporaneidade, mas que simultaneamente demonstra ser antigo o quanto baste para que inconscientemente o registemos como sendo um histórico em certos aspectos. Tal disparidade acabou por deixar-me com uma certa sensação ocasional de desconexão com a história.
Passo a explicar porquê: apesar desta ser a mais recente adição da Chá das Cinco à vasta colecção de Nora Roberts, a verdade é que este título foi originalmente publicado em inglês em 1987. Assim sendo, Sem Medo do Destino apresenta-nos um enredo centrado numa época suficientemente recente para que tenhamos uma percepção de contemporaneidade, mas que simultaneamente demonstra ser antigo o quanto baste para que inconscientemente o registemos como sendo um histórico em certos aspectos. Tal disparidade acabou por deixar-me com uma certa sensação ocasional de desconexão com a história.
A contribuir para essa minha desconexão está a componente policial do enredo: tenho de admitir não ter sido especial
apreciadora da temática do fanatismo religioso associado aos crimes perpetrados pelo assassino em série aqui apresentado. Estou consciente de que
tal é em grande parte derivado dos meus próprios pontos de vista em
relação a religião no geral, e confesso também que a minha reacção a tal tema
foi atenuada pela combinação das temáticas de carácter psicológico e
psquiátrico, campos de estudo que sempre me foram apelativos, mas ainda
assim, e sendo o mais objectiva que consigo, penso que o resultado final
desta secção da narrativa não foi tão totalmente bem conseguido quanto
poderia ter sido.
No entanto, a compensar estas pequenas falhas da melhor maneira possível, está a fantástica capacidade que a autora demonstrou ter na criação de um imaginário vívido e de uma ambiência quase palpável, tudo isto derivado da maneira exímia como Nora Roberts elabora as suas descrições. Tal maestria é também demonstrada no desenvolvimento das suas personagens, especialmente os dois co-protagonistas, Ben Paris e Tess Court, que demonstraram ao longo de todo o livro serem donos de fortes personalidades, mentes intrigantes e histórias pessoais cativantes. Tess, particularmente, marcou-me pelo seu sentido de independência, o seu código ético e moral e por, ao contrário do que é tantas vezes comum nas heroínas de romances contemporâneos, ser uma mulher muito bem resolvida em termos pessoais. Já Ben, apesar de ter um carácter com o qual eu pessoalmente entro em conflito em várias ocasiões, demonstrou ser o o balanço perfeito para a tenacidade de Tess. Aliás, é de notar que a química entre eles esteve presente e bem demonstrada desde a primeira cena que ambos partilharam e a escritora soube, de um modo que se nota ser inato, continuar a tecer consistentemente a teia que os envolve e que nos prende à relação de ambos. Se houve pontos menos bons a indicar anteriormente, as componentes pessoal e emocional não foram pontos desses e, aliás, quase eclipsam tudo o resto.
Assim sendo, posso dizer, em linhas gerais, que me encontro bastante agradada com este livro e também com o facto de ter sido esta a minha primeira aventura nos mundos de Nora Roberts. É bem provável que o futuro traga consigo mais livros da escritora para a minha lista de leituras.
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