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Antes de mais tenho de esclarecer que apesar de o titulo original Daughter of Smoke and Bone ser perfeito para a história, algo que se perceberá quase no final, o nome adaptado para Portugal (variante do título italiano La Chimera di Praga) A Quimera de Praga faz sentido e é bastante aceitável, tenho de dizer também que nunca gostei muito da capa original, apesar de mais uma vez fazer todo o sentido com uma determinada cena, e por isso a versão portuguesa é a meu ver bastante superior (aliás vendo todas as capas no Goodreads acho a nossa superior a todas as outras).
Posto isto, devo dizer que este ano ainda não tinha lido nada deste género que já foi em tempos um dos meu preferidos e este livro veio relembrar-me o porquê de gostar tanto de fantasia urbana YA. Laini Taylor criou uma história fantástica construindo uma fina linha entre o bem e o mal, fazendo-nos ficar agarrados às páginas para desvendar os segredos nelas contidos.
Adorei toda a história de Karou, uma jovem fantástica, cheia de garra e com um sentido de família muito forte, Akiva é o personagem masculino que adoramos, com uma aura de invencibilidade e uma superioridade muito própria dos anjos, vamos ao longo da narrativa conhecer os segredos que esconde. Podemos ver que algo de estranho e inexplicável se passa entre os dois e talvez de alguma forma o modo como se atraem irremediavelmente seja um pouco rápido mas julgo que quando conhecemos a verdade entendemos como os dois acabaram a gravitar à volta um do outro. A estória dentro da história é de uma beleza romântica que nos comove e Madrigal é a derradeira homenagem ao amor trágico. Um amor impossível, inconcebível e explosivo que nos leva por caminhos tortuosos.
A forma como tudo se interliga no final, com a autora a conseguir linha a linha tecer uma trama complexa com uma analogia perfeita ao mundo em que vivemos, onde qualquer diferença é suficiente para desencadear guerras. Laini Taylor mostra-nos como ambos os lados se julgam correctos, quimeras vs anjos, contando as histórias das duas partes não deixando que tomemos partidos. A explicação para os dentes, talvez pudesse ser obvia mas confesso que não foi para mim (sou um "bocadinho" despistada, confesso), até ler a sua utilização eu não fazia qualquer ideia e achei genial ainda que errado de muitas maneiras a forma como são conseguidos.
Adoro também o facto de termos um livro cuja ação se passa na Europa, mais precisamente em Praga, a autora consegue por-nos a calcorrear as ruas da capital da República Checa e até deixa a vontade de experimentar um prato de goulash.
É um livro absolutamente perfeito no seu género, Laini Taylor tem uma forma de escrever que nos embrenha na leitura de tal modo que é quase impossível desligarmos desta. Extraordinariamente bem escrito, com uma linguagem acessível e uma história alucinante é daqueles livros que quando levantamos os olhos da página ficamos surpreendidos com o local onde nos encontramos. Espero com alguma ansiedade o próximo livro que a Porto Editora diz sair brevemente.
Inveja dessa versão de Portugal. Apesar de entender os motivos da original (que é a do Brasil também), essa capa é sem dúvidas muito melhor. Não só pelo belo desenho, mas também pelo título e por dar um nome da série. Linda capa, inveja eterna.
ResponderEliminar:) verdade Gabriela a nossa edição é linda, e já saiu o segundo "Dias de Sangue e Glória" recebi o meu hoje e a capa é ainda mais linda que a do primeiro.
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