segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Não digas nada | Mary Kubica | Opinião

Um thriller psicológico intenso e de leitura compulsiva, Não Digas Nada revela como, mesmo numa família perfeita, nada é o que parece.
Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.
Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária.
Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.


Não digas nada de Mary Kubica revelou-se uma montanha russa tal foram os sentimentos que foi despertando em mim ao longo da leitura e digo desde já que adorei.

A estrutura da narrativa é bastante apelativa já que pelas vozes de Gabe Hoffman, o Inspector que investiga o desaparecimento, e de Eve Dennett, a mãe da jovem, vamos conhecendo o que acontece quando Mia Dennett desaparece de um bar assim como o que acontece depois do resgate. Porém em momento algum conhecemos a perspectiva da jovem em todo o acontecimento traumático que lhe mudará a vida vendo Mia apenas pela perspectiva de Colin Tatcher, o raptor. Este é sem dúvida o personagem que nos vai intrigar mais ao longo da história não só pelo que ele nos vai contando como pelo que o Inspector vai descobrindo sobre ele. Desde muito cedo que criei uma certa empatia com Colin e pensei muitas vezes "e agora como vais sair do embróglio que te meteste?".

Um livro muito intenso do inicio ao final que é absolutamente surpreendente, não que não tivesse a certo ponto desconfiada do mandante do rapto porque parecia-me que havia algo que não fazia muito sentido mas pela forma como tudo se liga no final. O epílogo é como um banho de água gelada, a percepção que nem tudo é o que parece.

É dificil explorar muito este livro para não revelar detalhes que possam ser importantes para o leitor fazer certas ligações mas não posso deixar de dizer que é um thriller psicológico muito forte que nos faz de entrar numa espiral de obsessão pela leitura, é realmente dificil largar. A autora explora a natureza humana de uma forma exemplar, gostei bastante da construção das personagens e da trama.

Perguntavam-me há tempos que livros recomendaria para se iniciarem nests género literário, bem, recomendo este sem dúvida, é viciante!

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