sábado, 31 de janeiro de 2015

Cinema | Opinião | Livre




Depois de perder a mãe, começar a usar heroína e divorciar-se, Cheryl Strayed decide embarcar numa caminhada de mais de 1000 km, numa verdadeira busca interior. Uma poderosa jornada recheada de desafios e momentos únicos, que transforma e faz nascer uma nova pessoa.

Em 2013 a Editorial Presença lançou a obra autobiográfica de Cheryl Strayed, Em 2015 o filme chega-nos a Portugal mais precisamente a 19 de Fevereiro

Livre - Foto

Resse Whiterspoon, aqui no filme com um papel duplo, protagoniza a trama mas  também assina a produção, junto de uma equipa de realizador ( Jean-Marc Vallée) e argumentista (o autor Nick Hornby).

Ao longo de duas horas, "Livre" leva-nos para uma natureza selvagem de toda a fronteira oeste dos Estados Unidos, desde o México até ao Canadá. 

Entre o presente e vários flashbacks que contextualizam e dão pano de fundo a esta jornada de Cheryl, vamos conhecendo melhor a protagonista, quais os seus motivos para ter embarcado nesta aventura sozinha. Ao princípio as cenas não são seguidas, alternam em várias etapas da vida de Cheryl - e podem deixar o visualizador confuso - mas à medida que se vão revelando aos olhos do espectador, conseguimos ter uma boa visão do que foi a vida de Cheryl até à sua fase actual. 

A atriz Reese Witherspoon no filme 'Wild', do canadense Jean-Marc Vallée, de 'Clube de Compras Dallas' (2013)

O filme tem claramente uma só protagonista e Reese Whiterspoon carrega bem todas as cenas. Podia ser um filme aborrecido, por ser centrado numa só personagem e esta estar em todas as cenas do mesmo, mas em nenhuma altura achei enfadonho, nem nas cenas mais paradas, que não são poucas. A interpretação da actriz que está longe dos papéis como "Legalmente Loura" está bastante competente, contudo não sei se lhe valerá o segundo Óscar, dez anos depois de ter ganho o primeiro. 

A realização é perfeita para o género de filme, rústica, quase amadora. Nada de grandes planos e encenações. Vemos grandes paisagens e a banda sonora também está no ponto.

Uma das principais razões por ter gostado tanto do livro, é que é daqueles que nos faz pensar na vida, nas nossas prioridades e que mostra que nada é impossível, e que até a pessoa menos desportista consegue fazer uma viagem de mais de mil kilómetros a pé. Só precisa de muita força de vontade e de muita sorte. Durante todo o filme, achei que ia acontecer algo de muito mau à protagonista, seria impossível atravessar os Estados Unidos - sozinha e a pé - e sair ilesa de qualquer acontecimento, fosse físico ou psicológico, mas de facto não chegou a haver nada disso, apesar de algumas cenas terem roçado o perigo para Cheryl. 

Embora não tenha lido o livro, o filme percebe-se perfeitamente bem, talvez por ser uma biografia e tendo havido mais espaço de manobra do que uma obra de ficção portanto não acho essencial a leitura antes de se ver o filme, ou vice-versa. Fica a recomendação!

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